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Publicado em 14/12/2017

Bancos encontram nas fintechs aliadas para ganhar agilidade (Valor Econômico)

Em meio ao seu próprio desafio digital, os bancos encontraram nas fintechs aliadas para a jornada de transformação, seja via parceria direta ou simplesmente pela inspiração. É na fonte das fintechs que eles foram buscar os novos métodos de criação como desenvolvimento ágil (agile) e MVP (minimum viable product - produto mínimo viável), e metodologias como design thinking e lean - em que se usam apenas os recursos necessários para a realização de um trabalho.

"As fintechs têm sido parceiras colaborativas em todo o processo de inovação do banco. Hoje temos dois laboratórios: um em Brasília e outro no Vale do Silício, desenvolvendo exatamente igual às startups - métodos ágeis como agile, scrum e produto minimamente viável (MVP)", enumera Marco Mastroeni, diretor de negócios digitais do Banco do Brasil.

Em agosto, o BB lançou o Open Banking, a plataforma de APIs (interfaces de integração) para conta corrente, cartão e investimentos, criada em parceria com a Conta Azul. O banco planeja lançar mais cinco APIs, atualmente em desenvolvimento por mais três fintechs, para agregadores pessoa física, crédito pessoal e geração de boletos. São as APIs que permitirão às fintechs desenvolver soluções para os bancos. O BB realizou um "demo day" com 15 fintechs, que interagiram com 12 diretores; algumas foram selecionadas para desenvolver soluções conjuntas com o banco.

"Agora estamos em conversas adiantadas com uma aceleradora para ter um programa contínuo com startups que será lançado no início de 2018", afirma Mastroeni.

O Itaú vai quadruplicar a capacidade e o número de startups do Cubo, espaço de coworking e hub de empreendedorismo, criado há dois anos, em parceria com a Redpoint. Já foram analisadas 850 startups, das quais 55 estão residentes e 21 já se desligaram, a maior parte porque cresceu demais. A Mastertech (educação), a Binóculo (realidade virtual) e a BLU365 (recuperação de crédito) já foram contratadas pelo banco. Em junho de 2018, a capacidade passará de 5 mil m2 para 20 mil m2, o número de startups saltará para 210 e elas poderão ter até 40 posições, e não apenas dez como hoje.

"A ideia do Cubo surgiu porque precisávamos nos provocar. Atualmente, já passaram pelo Cubo 5 mil executivos e colaboradores, e isso ajuda na transformação cultural e na atração de talentos, pois o hub é uma vitrine", diz Lineu Andrade, diretor do Itaú Unibanco.

As startups de diversos segmentos têm ajudado o banco a mudar a sua forma de criar soluções para os clientes. Antes, quando a área de negócio tinha um problema, passava para a de tecnologia, que estudava a solução e, um ano e meio depois, entregava o projeto.

"Hoje isso não cabe mais. Por estarmos próximos das startups, usamos metodologia ágil, design thinking e modelo lean, que permite desenvolver apenas o que tem valor para o cliente. Passamos a fazer cocriações com os clientes como o app Light, de apenas 5 MB, que criamos para usuários com celulares de baixa capacidade e pouco pacote de dados a partir da demanda dos clientes", exemplifica Andrade.

No Bradesco, o processo de transformação digital vem se dando desde 2010, acompanhando as transformações que as novas plataformas digitais - smartphones, redes sociais, Uber, Airbnb - geraram na forma como as necessidades dos consumidores são atendidas.

"O ciclo de inovação ficou mais curto por causa dessas empresas que não têm legado e são nativas digitais. Em 2014, criamos o InovaBra para encurtar o ciclo de inovação. Em seguida, lançamos o InovaBra Ventures e agora estamos discutindo a criação de um espaço de físico de coworking, o Habitat", enumera Freitas.

O InovaBra somou, na primeira edição (2014), 550 startups, das quais oito foram selecionadas. Na segunda (2015), foram 550, sendo 12 selecionadas; na terceira, no ano passado, 504 se inscreveram, com dez escolhidas; e nesta quarta edição, mais de 1.500 estão participando, das quais devem ser selecionadas entre dez e 15.

"A partir de 2018, o InovaBra passa a ser contínuo, com seleções mensais. Das 30 empresas selecionadas, já fizemos negócio com sete e temos seis em análise. Fizemos aporte na Semantic e na Rede Frete Fácil, e estamos analisando uma terceira. Duas startups - Sensedia, plataforma de API, e a Sematic, de big data - nos ajudaram na construção do Next", diz Freitas.

O Santander criou há dois anos a diretoria de transformação digital, mudou o modelo de tecnologia para um baseado no método agile e formou grupos multidisciplinares (produtos, negócio, marketing, CRM, costumer services, analytics e tecnologia), além de riscos, fraudes e operações. "O conceito principal é ter uma equipe olhando coisas que antes ficavam em prédios, diretorias e governanças diferentes, com entrosamento e poder de decisão", diz Alexandre Zancani, diretor de negócios digitais do Santander

Para se aproximar das fintechs, o banco criou o Radar Santander, que teve mais de 200 inscrições, dez finalistas e cinco empresas selecionadas para oferecer soluções de interesse do banco - Docway (saúde), Moneto (cobranças), Pipefy (processos), Tempest (segurança) e IDWall (validação de documentos). Em janeiro, abre as inscrições para a segunda rodada.

A Caixa lançou o programa "Desafio de Negócios de Impacto Social - Educação Financeira e Serviços Financeiros para Todos!". Foram mapeadas 460 startups e escolhidas cinco fintechs: Poupe Mais, Quero Quitar!, SmartMei, Jeitto e DimDim que receberam até R$ 200 mil para implementar essas soluções.

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