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Publicado em 21/06/2018

Bancos médios negociam criação de CDB com seguro (Valor Econômico)

Bancos de médio porte negociam a criação de um Certificado de Depósito Bancário (CDB) com lastro em uma carteira de crédito, além de um seguro ao investidor em caso de problemas com a instituição. O objetivo é criar uma alternativa de captação de recursos com investidores institucionais, como fundos de pensão, a custos mais baixos, conforme apurou o Valor com duas fontes.

De um modo geral, a situação de funding dos bancos de menor porte melhorou com o aumento da venda de CDBs por meio de corretoras e plataformas de investimento. Com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil e taxas atrativas, os papéis de financeiras e instituições de médio porte atraíram investidores de varejo. Embora seja eficiente, a captação via corretoras costuma levar mais tempo para ser obtida do que com o público institucional.

O novo CDB viria para preencher essa lacuna, segundo um executivo que participa das conversas. “O instrumento poderia ser usado toda vez que um banco identificasse uma oportunidade no mercado e precisasse captar recursos rapidamente”, diz. A maior agilidade na captação também permitiria aos bancos menores operarem com menos caixa, que custa caro às instituições. Do lado das seguradoras de crédito, o novo produto também é visto com interesse, já que pode ser uma forma de diversificação de receitas.

A dupla garantia – da carteira de crédito e da seguradora – deve tornar o instrumento semelhante à Letra Imobiliária Garantida (LIG), criada como alternativa de funding para o financiamento da casa própria, segundo o diretor de um banco de médio porte. A diferença é que, em vez de ficar separada do patrimônio do banco, a carteira de crédito usada como lastro do novo CDB deve ser alvo de registro em uma instituição autorizada pelo Banco Central.

Em linhas gerais, o desenho da operação prevê que a seguradora honre o pagamento do CDB aos investidores se o banco emissor passar por problemas. Posteriormente, a empresa poderá recuperar o valor com a cobrança dos créditos usados como lastro do papel.

Como o principal risco da operação é da seguradora, e não do banco, a expectativa é que o custo de captação para a instituição financeira seja menor em relação a um CDB simples. Ao mesmo tempo, deve abrir mais espaço nas carteiras dos investidores institucionais. “Com a placa de uma seguradora de primeira linha, os fundos de pensão podem ter limites maiores para comprar papéis de bancos”, diz uma fonte que acompanha o assunto.

Vale lembrar, contudo, que não é a primeira vez que o mercado tenta criar um título bancário com garantia em crédito. Aliás, já existe hoje um instrumento com características semelhantes, o DPGE 2, que possui cobertura do fundo garantidor até R$ 20 milhões. Mas o uso da garantia do FGC atrelada a uma carteira de crédito nunca pegou. O saldo de DPGE no mercado era de apenas R$ 2,5 bilhões no fim de maio.

Para um executivo do setor bancário, a criação de um instrumento “de mercado” pode ajudar os bancos a reduzirem a dependência do funding com cobertura do FGC. O próprio fundo já tomou algumas medidas nesse sentido, ao limitar em R$ 1 milhão a garantia por investidor, mantendo o limite de até R$ 250 mil por instituição financeira. A partir de 2020, terá início uma outra restrição: os bancos que tiverem uma captação muito elevada de recursos com a garantia do FGC terão de pagar uma contribuição adicional ao fundo.

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