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Publicado em 06/11/2018

Crédito cresce, mas não via bancos, indica BIS (Valor Econômico)

As publicações sobre o legado da crise de 2008, por ocasião do aniversário de dez anos, têm sido comum nos últimos meses. Ainda mais em um momento no qual o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está em plena trajetória de reverter os estímulos titânicos injetados na economia planetária no período.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), considerado o banco central dos bancos centrais, deu recentemente uma contribuição indireta ao tema com a publicação de um estudo sobre crédito global, assinado pelos economistas Iñaki Aldasoro e Torsten Ehlers. 

Sem alertas ou interpretações, o documento reforça a percepção de que já houve e continua a existir uma tendência de aumento significativo do endividamento no mundo, em especial no setor privado. Nada mais natural após um período prolongado de taxas de juros historicamente baixas.

Segundo o BIS, os bancos perderam participação no crédito global nos últimos dez anos terminados no primeiro trimestre de 2018. “O papel das instituições financeiras tem diminuído, tanto como fornecedores de empréstimos quanto como investidores em dívida”, afirmam os economistas.

Conforme Aldasoro e Ehlers, quem tomou o lugar dos bancos no financiamento a empresas foi a renda fixa. A participação das emissões de dívida e securitização de carteiras no crédito global aumentou de 48% no primeiro trimestre de 2008 para 57% no primeiro trimestre de 2018, ou seja, cresceu nove pontos percentuais em dez anos, aponta o BIS.

Porém, a participação dos bancos na aquisição das dívidas emitidas recuou de 40% do total de títulos do mercado no fim de março de 2008 para 27% no fim do mesmo mês de 2018. Isso ocorreu apesar do crescimento do crédito internacional, que saiu de 33% do PIB global em 2015 para 38% no primeiro trimestre de 2018, segundo dados do BIS.

A moeda americana também se consolidou como principal referência no mercado internacional. Os dados do BIS indicam ainda que o setor privado aumentou em quase 50% a exposição à divisa dos EUA. 

Conforme o estudo, a dívida em dólar emitida por empresas não bancárias fora dos Estados Unidos saltou de 9,5% do PIB global no fim de 2007 para 14% no primeiro trimestre de 2018, um crescimento de 4,5 pontos percentuais.

“O dólar tem se tornado [desde a crise] ainda mais dominante como moeda de financiamento internacional, em particular para os tomadores dos mercados emergentes”, dizem os economistas do BIS.

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