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Publicado em
14/12/2017
No ano até o final de novembro, a emissão de CRAs apresenta alta de 9,8% para R$ 9,65 bilhões, na comparação com igual período de 2016, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Mas, o número de ofertas em análise na CVM indica a possibilidade de menor volume em relação à forte captação de R$ 4,35 bilhões registrada em dezembro de 2016. Ou seja, o segmento de CRAs pode não bater o recorde de R$ 13,13 bilhões visto no ano anterior.
“As operações mais simples estão ocorrendo. E outras com alguma discussão sobre lastro podem ter um prazo maior [de análise]. Mas, no geral, quando sair a norma será melhor para o mercado”, apontou o sócio da área de mercado da Demarest, Thiago Giantomassi.
De fato, duas operações já foram realizadas em dezembro, e outras duas ofertas de CRAs estão em andamento no mercado de capitais. E para 2018, outros pedidos estão em análise no órgão regulador.
“O cenário macroeconômico é mais importante para o aumento das ofertas. Depende mais do ambiente da redução dos juros (Selic), e da continuidade das reformas e do ajuste fiscal. A questão regulatória é mais secundária”, minimizou.
O regulador (a CVM) abriu a consulta pública em maio e recebeu manifestações do mercado até 14 de julho. “Entre os principais pontos da minuta da CVM está a definição do que pode ser lastro, e quem pode participar dessas operações. E outro ponto é a obrigação das securitizadoras, que devem atuar no interesse dos investidores”, diz Giantomassi.
Sobre a polêmica da definição de lastro, a minuta da CVM propõe restringir a comercialização de produtos agropecuários àquelas situações de compra, venda, importação, exportação, intermediação, armazenagem e transporte de produtos considerados in natura. “Ainda, a minuta esclarece que pode ser considerado in natura o produto em seu estado natural, ou sujeito a um beneficiamento primário ou industrialização rudimentar, incluindo os subprodutos ou resíduos que surgem sob nova forma”, diferencia o regulador.
“Com isso, a minuta prevê que os recursos recebidos pelo terceiro com a emissão da dívida devem ser destinados a produtores rurais e essa destinação deve ser comprovada”, diz a proposta da CVM.
Além dessas definições, o colegiado da CVM deverá manifestar-se mais claramente sobre a oferta de CRAs para investidores do varejo. Nos últimos anos, essas emissões foram mais restritas, ou seja, voltadas para investidores qualificados e profissionais, aqueles com mais de R$ 1 milhão de patrimônio financeiro.
O gerente executivo da unidade de captação e investimentos do Banco do Brasil, Rodrigo Ayub, contou, por exemplo, que a distribuição de CRAs é mais voltada para investidores do private banking. “Para 2018, a tendência é avançar essa oferta para o varejo de alta renda (BB Estilo)”, disse Ayub, que falou da importância do trabalho da assessoria de investimentos do Banco do Brasil junto aos clientes.
Pessoas físicasO último boletim de mercado de capitais da Anbima mostrou que a participação das pessoas físicas no mercado de CRAs aumentou para 86,9% no período de janeiro a novembro de 2017. Em 2016, essa participação era de 75,2%.