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Publicado em 09/02/2017

Inadimplência ainda impede expansão do promissor cartão de marca própria (DCI)

A maior dificuldade dos clientes e lojistas de obter crédito junto aos bancos abriu um vácuo para que as administradoras de cartões próprios (ou private label) ganhassem mercado em 2016. Para este ano, a expectativa é manter um ritmo de crescimento de dois dígitos, mas sem deixar de lado a cautela na hora de emitir cartões, que só deve voltar mesmo, se tudo der certo, em 2018.

“Tivemos um crescimento acentuado porque os consumidores estão com opções de crédito mais limitadas nos bancos e têm buscado por esses cartões. Além disso, as varejistas precisam oferecer essa opção para estimular as vendas e também estão com condições mais restritas com os bancos”, afirma o diretor da administradora de cartões private label, DMCard, Juan Agudo. De acordo com ele, a empresa viu um avanço de 22% no valor movimentado nos cartões das varejistas parceiras, em 2016, ultrapassando R$ 1 bilhão. Para este ano, a previsão é crescer 30%.

De acordo com ele, a companhia também teve um recorde em termos de procura dos lojistas. “Tivemos nove grandes redes e várias pequenas varejistas que procuraram nossos serviços no ano passado”, aponta o executivo.

A Sorocred, que administra cartões private label, co-branded e crediário, também viu uma alta expressiva e cresceu 20% em 2016, no faturamento dos cartões de marca própria e co-branded. “No nosso caso temos visto um avanço em três frentes: novos nichos de atuação, varejistas médias que estão buscando uma administradora para poder focar no seu core business, e grandes varejistas que antes tinham parcerias com bancos, mas que os contratos não estão mais sendo renovados”, diz a diretora comercial da Sorocred, Marcela Vertuan.

Assim como Agudo, da DMCard, ela também afirma que a maior dificuldade do cliente de obter crédito com os bancos influiu positivamente nesse mercado. “Sem dúvida, no momento de recessão, é ainda mais importante para as varejistas oferecerem crédito próprio ao consumidor”, afirma.

Maior cautela

Apesar do crescimento e da perspectiva positiva para este ano, ambas as empresas afirmam que estão cautelosas na concessão de crédito, por conta da recessão. “Conforme a inadimplência for diminuindo podemos arriscar mais, mas não é o caso nesse momento. Os indicadores estão melhorando, mas ainda estamos com bastante cautela, sem muita agressividade em termos de concessão”, diz Marcela.

“Vislumbramos mais um ano de análise rigorosa e selecionando bem os parceiros, para em 2018 arriscarmos um pouco mais”, finaliza. Ela conta ainda que no ano passado a companhia fez uma ‘limpeza de portfólio’, e diminuiu drasticamente o número de varejistas atendidas. “Antes atendíamos cerca de mil lojistas, e agora estamos com 220 clientes”, diz. Segundo ela, isso se deu porque a empresa deixou de atender pequenas varejistas, e está focando apenas em redes médias e grandes. “Foi uma questão estratégica, de mudança no modelo.”

A DMCard também está mais cautelosa na aprovação da propostas e, de acordo com Agudo, a empresa aprovava antes da crise cerca de 60% das propostas. Atualmente, essa fatia está em torno de 53%. “Estamos mais rigorosos, mas ainda estamos com um nível de aprovação muito maior do que o dos bancos”, diz.

Sobre a maior procura dos lojistas, ele afirma que os benefícios do private label, em relação aos cartões de crédito tradicionais, também influenciou. “A comissão é inferior, o que gera uma redução de custos e, além disso, há um efeito muito importante de fidelização do cliente”, diz.

Pedro Arbex

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