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Publicado em
01/11/2018
O Itaú Unibanco projeta crescimento do crédito em todos os segmentos a partir de 2019. A expectativa é que haja um aumento da demanda em pessoas físicas e jurídicas, além de maior qualidade nas concessões e safras mais saudáveis de empréstimos.
O resultado do Itaú Unibanco no terceiro trimestre deste ano, divulgado ontem, apontou que a carteira total de crédito do banco no Brasil – contando garantias financeiras e títulos privados – atingiu os R$ 463,7 bilhões.
O número corresponde a uma alta de 5,5% em relação aos mesmos três meses de 2017 (R$ 439,6 bilhões).
“O mercado de crédito tem se mostrado, no geral, bastante positivo, não apenas para atender uma maior demanda de clientes, mas também para uma gestão do banco”, afirma o vice-presidente executivo e CFO do Itaú, Caio Ibrahim David.
Na abertura da carteira, os empréstimos para pessoas físicas atingiram R$ 200 bilhões ao final do terceiro trimestre, um avanço de 11,2% em relação ao mesmo intervalo de 2017, quando registrava R$ 179,9 bilhões.
Já as micro, pequenas e médias companhias, outro foco do Itaú, registrou aumento de 14,3% na mesma relação (de R$ 59,1 bilhões para R$ 67,5 bilhões).
Os grandes negócios, porém, mostraram um recuo de 2,2%, de R$ 200,7 bilhões para um total de R$ 196,3 bilhões.
De acordo com Ibrahim, o movimento das grandes companhias acontece junto ao maior atendimento do banco no segmento corporate voltado para o mercado de capitais.
“Esse destaque vem muito do maior atendimento dos clientes corporate no mercado de capitais. A originação de crédito dessas empresas, por exemplo, ainda está perto de 70% do que tínhamos em 2014, mas a emissão de títulos privados neste ano já é duas vezes o observado naquele ano”, acrescenta o executivo do Itaú.
Segundo o presidente do banco, Candido Bracher, as expectativas para 2019 são tidas com “bastante entusiasmo”.
“As perspectivas para 2019 são de crescimento da atividade de crédito em todas as linhas e segmentos. Além disso, no âmbito de pessoas físicas e jurídicas, já estamos vendo não só um maior apetite, como uma qualidade de crédito muito boa”, comenta Bracher.
Quanto à inadimplência do banco no Brasil, que ficou em 3,5% no trimestre passado ante os 3,8% que registrava em iguais três meses de 2017, os executivos ponderam que apesar de não haver muito espaço para grandes reduções, a tendência é de que o nível de calotes continue baixo.
“A inadimplência já caiu muito e em algum momento ela vai deixar de melhorar, mas continuamos vendo uma tendência positiva disso no custo de crédito”, diz Bracher.
“As novas safras também têm vindo bastante saudáveis, nos dando a perspectiva de manter baixos os níveis de inadimplência nos próximos trimestres”, completa Ibrahim.
Impactos cambiais
Ao mesmo tempo, a variação cambial observada no País nas últimas semanas – impulsionada principalmente pela corrida eleitoral – já mostrou impactos nas despesas e nas carteiras do banco e agora, com tendência de queda, também deverá trazer reflexos para o quarto trimestre.
“O impacto do câmbio na carteira de crédito sempre existiu, seja porque temos a carteira da América Latina, cuja expressão diminui quando o real se aprecia ou porque parte do segmento corporate ainda é indexada em dólar”, explica Bracher. “A queda da cotação, por tanto, terá sim um impacto na nossa carteira nesse trimestre”, acrescenta o presidente.