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Publicado em
11/08/2016
Mais de 1,1 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas no Alto Tietê no primeiro semestre de 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Segundo a estatística do instituto, os microempresários de Mogi das Cruzes foram os que menos resistiram: 335 encerraram as atividades.
Em Suzano foram 233 fechamentos. Já em Itaquaquecetuba, 2016 não foi um bom ano para 193 microempresas. Os números do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também não são muito diferentes. O último levantamento da entidade, feito em 2013, mostrou que em Mogi das Cruzes a cada dez empresas abertas, três não sobrevivem aos dois primeiros anos. Muitos motivos podem levar a isso. O principal é esquecer de incluir no planejamento os “custos fixos” para manter uma empresa.
Isso foi o que aconteceu com a professora Ana Lúcia da Silva. Como seus doces faziam sucesso, ela resolveu largar tudo e mergulhar de vez nos chocolates. Junto com a irmã abriu uma loja, mas algumas surpresas fizeram o negócio resistir só por um ano e meio. “A gente tinha um custo fixo alto e chegamos em uma época que não vendíamos para pagar o custo fixo, muito menos para retirar o meu salário e o da minha irmã. Então decidimos encerrar.”
Depois da experiência, ela não largou o chocolate. Mas deixou para trás o sonho de ser uma empresária.“Uma vez só está bom e agora quero voltar para minha profissão. O chocolate agora é um paralelo e vai ficar em segundo plano.”
Já Lucimara Franco é microempresária há quase dez anos. Nesse tempo, ela mudou o escritório para dentro de casa. Por dia são mais de 4 salgados, doces e bolos. Tudo feito na cozinha industrial na parte de cima da casa. Mas chegar a esse ponto exigiu investir tempo e dinheiro. “Eu achei que fosse assim, pegava aqui, gastava ali e não precisava ter fluxo de caixa. Com o passar do tempo, eu fui vendo que não era assim. No começo tem mais gasto que ganho. Ser dono do próprio negócio é difícil, não tem folga é de domingo a domingo.”
Antes de abrir o próprio negócio, Lucimara trabalhava em uma indústria. Hoje a família toda ajuda. Ela tem ainda uma funcionária fixa e chega a empregar, aos finais de semana, pelo menos mais oito pessoas. Se manter no mercado não foi fácil, mas ela garante que vale a pena. “Buscar conhecimento, fazer curso, me especializar dentro do que estou fazendo. Eu estou realizada e feliz, pois também trabalho junto com a minha família”
Planejamento
O consultor do Sebrae João Carlos Loureiro Gomes afirma que antes de mais nada é preciso investir em planejamento antes da abertura do negócio. “Primeiro é preciso fazer o plano de negócios para verificar a viabilidade da empresa. O Sebrae ajuda ainda o empreendedor a identificar o ponto, se aquilo que pretende abrir está de acordo com a vontade que tem para si, se tem planejamento financeiro e de investimento”, avalia Loureiro.
Ele aponta que a falta de planejamento é um dos principais erros e pode levar à falência nos primeiros anos. “A falta de planejamento e de visão do negócio aliado a ansiedade são fatores que conspiram para o fechamento dos empreendimentos.”