PARA SER FINTECH, NÃO BASTA TECNOLOGIA

Assunto do momento, as empresas inovadoras na prestação de serviços financeiros foram mais uma vez abordadas no SINFAC-SP, em palestra ministrada na última terça-feira (22/05), pelo sócio da Size Securitizadora e da Tutu Digital, Leandro Zen.

De acordo com o empresário e estudioso da área, que também faz parte da Diretoria do Sindicato, dificilmente existe alguém na atualidade sem o registro de pelo menos uma experiência utilizando nomes globais como Uber, WhatsApp ou Airbnb.

No seu entender, assim como ocorreu uma grande mudança de cultura nos segmentos de atuação desses players, vai acontecer o mesmo no mundo das finanças, e as fintechs serão o grande agente dessa transformação.

“É um erro, contudo, pensar nelas apenas como utilizadoras de tecnologia, mas sim na qualidade de alguém que surgiu para solucionar problemas antigos, de maneira inovadora e, às vezes, disruptiva”, ressalvou.

Ou seja, o aparato tecnológico deve ser encarado apenas como pano de fundo, um meio para a resolução dos gargalos do cliente, devendo-se pensar e agir sempre com foco 100% nele.

Um dos cases clássicos neste sentido apontados por Leandro é o do Nubank, banco digital cujo formato extremamente inovador deu origem a verdadeiros fãs no lugar de meros correntistas, “algo nunca antes visto no Brasil envolvendo a área financeira”, destacou.

“Veja que eles não começaram usando os recursos tecnológicos de forma tão intensiva, mas sim procuraram focar uma dificuldade antiga do mercado que ninguém havia conseguido solucionar de maneira tão simples, clara e convincente”, acrescentou Zen.

As factorings, segundo ele, nitidamente estão se movimentando para acompanhar essa corrente, embora ainda haja muita coisa a ser mudada no segmento.

Não se pode, por exemplo, considerar algo próximo a uma fintech quem se limite a utilizar ferramentas como o certificado digital, pois é preciso ir além e solucionar algum problema do usuário na ponta.

“Quando isso acontece, independentemente de valor, custo e tudo mais, o conceito é absorvido e o produto passa a ser uma realidade no mercado”, ponderou o palestrante, para quem assimilar essa maneira de agir é a melhor forma de transformar ameaçadas iminentes naquilo que ele chama de oportunidades épicas.

Novo mundo

Enquanto isso, na plateia, era visível a existência de participantes com diferentes níveis de engajamento no assunto.

A sócia-diretora da Rentax, de São Caetano do Sul, veio em busca de informações introdutórias a respeito de algo ainda relativamente vago para ela, mas cuja força como fenômeno já pôde constatar.

“Sempre buscamos nos atualizar e está havendo um verdadeiro boom em torno desse novo segmento, com o qual tenho hoje o primeiro contato”, afirmou Rosangela Maria Castelão Rui. “Por isso estou aproveitando muito a apresentação, aliás, como sempre faço quando participo dos eventos aqui no Sindicato”, acrescentou a empresária.

“Fui eu quem a convenceu a vir”, interveio Natália, filha de Rosangela que atua em outro segmento, mas também fez questão de conhecer melhor o mundo das fintechs.

Aos 29 anos de idade, a administradora de empresas reconhece estar mais inteirada a respeito da matéria e achou enriquecedora a experiência de trazer a mãe ao SINFAC-SP. “Está valendo muito a pena”, avaliava a comerciante no intervalo da palestra.

Já Ricardo Meira, diretor técnico da Cheetah, consultoria porto-alegrense em finanças e gestão, compareceu em virtude da demanda recebida em cadeias específicas dos seus clientes na área de arranjos de pagamento com plataforma tecnológica para soluções financeiras.

“Na verdade, é uma grande oportunidade de mercado, representada pelos cartões de crédito, private labels, estrutura de meio de pagamentos e APIs (Interface de Programação de Aplicação)”, exemplificou.

Ele tem participado de diversos eventos sobre fintechs Brasil afora e considerou excelente o conteúdo exposto por Leandro, que certamente deve acrescentar pontos importantes à sua bagagem nesse campo.

Fonte: Reperkut