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Publicado em 28/06/2018

Saldo da carteira de microcrédito diminui (DCI)

O saldo da carteira de microcrédito caiu 13,2% em abril deste ano ante igual mês de 2015, de R$ 5,3 bilhões para R$ 4,6 bilhões, enquanto as concessões subiram de R$ 845 milhões para R$ 847 milhões. Expectativa do setor é de maior participação das fintechs.

Os juros da modalidade, por sua vez, avançaram de 22,5% para 29,2%, enquanto a inadimplência teve queda, de 5,7% em 2015 para 3,1% em abril deste ano. Os dados são do Banco Central (BC).

Segundo o superintendente do Prospera Santander, Tiago Abate, a concentração de poucos operadores (instituições) no mercado, junto às dificuldades encontradas pelo maior deles, o Banco do Nordeste, são as razões para essa queda do estoque.

“O Banco do Nordeste vem perdendo carteira, o que impacta todo o setor. Já os bancos grandes não chegaram a entrar de cabeça na modalidade, ou até mesmo entraram e saíram, fazendo com que o mercado ficasse estagnado”, comentou ao DCI.

O especialista ressalta a dificuldade encontrada para atuar no setor como um impedimento para seu crescimento.

“O mercado não entra no microcrédito porque a operação é regulamentada, tem travas do governo. É necessário visitar o cliente pessoalmente, há um limite para os empréstimos e os empresários têm regras específicas e taxas baixas que espremem sua margem e dificultam o crescimento”, diz.

Segundo o superintendente de microfinanças e agricultura familiar do Banco do Nordeste, Alex Araújo, a estatística do setor, realmente, reflete os números da instituição, que abrange 67% das operações de microcrédito no País.

“A crise retardou seu efeito sobre a região Nordeste, mas está sendo mais forte aqui do que no resto do Brasil, onde as outras regiões já recuperaram seu potencial”, afirma Araújo.

A retomada econômica mesmo lenta, porém, é responsável pelo aumento das concessões e pela queda da inadimplência. “A procura [por crédito] avançou por conta da melhora da economia após a crise. Houve uma alta na renda e queda do nível de desemprego, o que contribuiu para a diminuição da inadimplência”, entende o diretor de desenvolvimento do Sistema de Crédito Cooperativo Central (Sicredi) PR/SP/RJ, Adilson Felix de Fá.

Para Abate, a queda dos calotes foi resultado também da movimentação dos principais operadores, os bancos.

“Os players começaram a entender melhor o mercado. A resolução que define o setor é muito nova, de 2003, então, agora, o setor ficou mais maduro. Além disso, como alguns bancos entraram e acabaram saindo ou diminuindo muito suas carteiras, a inadimplência ‘morreu’ com eles depois de um tempo”, diz o especialista.

O aumento dos juros, por outro lado, é uma tendência, segundo o diretor da Sicredi. “Os juros aumentaram e irão aumentar mais, conforme as projeções de juros futuros [para a taxa Selic] apontam alta no final de 2018 e início de 2019, devendo chegar a 8% ao ano”, afirma o executivo.
Participação das fintechs

A principal aposta de crescimento do mercado de microcrédito está na recente ação do Banco Central que autoriza a participação de fintechs no setor. “Vivemos a expectativa da chegada das novas tecnologias e a concorrência e o crescimento que elas irão trazer ao setor”, comenta Alex Araújo.

“O mercado não chega a oito milhões de clientes. Tem muito espaço para crescimento. A entrada das fintechs beneficiará a todos”, conclui Tiago.

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