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Para entender um pouco sobre o tema, o SINFAC-SP incorporou ao “IX Simpósio dos Empresários de Fomento Comercial do Estado de São Paulo”, marcado para o dia 30 de setembro, um debate sobre “Fintechs Relacionadas ao Segmento”.
O termo “Fintech” refere-se à fusão de tecnologia com a área financeira, ou seja, empresas com uma enorme capacidade tecnológica, fixadas na prestação de serviços financeiros absolutamente diferenciados dos prestados pelos bancos tradicionais, em que o atendimento está prenhe de burocracia.
Usado majoritariamente por jovens da geração “y”, o fato explica porque não conseguimos levar nossos filhos ou netos para tomar um cafezinho com o gerente do banco (ou com o gerente da fomento), assim como explica a insatisfação generalizada com uma solução já ultrapassada chamada Internet banking.
Este mercado, que no Brasil, de acordo com Alexandre Lara, da Fintechlab, conta com mais de 300 empresas, cresce vertiginosamente, atingindo mercados onde os bancos e seus métodos tradicionais não conseguem.
Exemplo disso são as plataformas de crédito Geru, Bankfacil, Trigg, Simplic, Kitado, dentre outros, que intermediam, de forma inteligente e desburocratizada, usando a tecnologia da informação, pessoas que necessitam de recursos e investidores, nesses incluídos os fundos e até bancos e financeiras, tornado as operações financeiras mais rápidas e baratas.
E se você nunca ouviu falar nisso, é porque ainda pensa em tomar aquele cafezinho com o seu gerente de banco, que pouco ou nada pode fazer pelo seu negócio.
Ao menos teremos explicação aos nossos filhos e netos para o ritual meramente social, mas devemos recordar quando os reclamamos ou quando os bancos nos obrigaram a usar os terminais eletrônicos e fecharam milhares de postos de atendimento (caixas).
A evolução da nossa espécie exige relações e respostas imediatas, uma constante conectividade e o compartilhamento de dados.
Apenas para exemplificar, há 10 anos somente 3% das operações bancárias eram realizadas pelo celular, hoje alcançamos 50%, sem contar que o celular ultrapassou, de longe, o uso de tablets e computadores. Aliás, faz quanto tempo mesmo que você, leitor, trocou de computador? E de celular?
E “O volume de soluções oferecidas pelas Fintechs e a velocidade em que se proliferam representa ameaça real para a hegemonia do setor bancário tradicional.” (Fonte: Bossa Inova)
“Atento a isso o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou que pessoas físicas abram e fechem contas-correntes pela Internet, sem a necessidade de irem pessoalmente a uma agência bancária, como era exigido até agora.
A identificação poderá ser feita, por exemplo, por meio de reconhecimento de imagem e de voz. Os bancos também podem solicitar uma fotografia, ou, ainda, exigir o uso do certificado digital.” (Fonte: G1)
Para Andrea Zaccari, da Intel, a revolução digital e as oportunidades no mercado financeiro são irreversíveis, exemplificando o crescimento dos bancos digitais.
Aos temerosos, por evidente que podemos trocar a fraude social (praticada pessoalmente pelo nosso cliente) pela fraude digital, lembramos que no universo digital contamos com diversas outras ferramentas (algumas inclusive desconhecidas pelo setor) para a confirmação de dados.
Bom, a “Uberização” chega aos serviços bancários, propondo um modelo de negócios que rompe paradigmas para empresas e clientes. Você e sua empresa estão preparados para isso?
E complemento: se você acha que digitalizar uma duplicata é modernizar a operação, é melhor rever os seus conceitos!
Alexandre Fuchs das Neves é advogado e consultor jurídico do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.