CUSTOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Você apura seus custos na prestação de serviços? Sem esta informação não conseguimos afirmar se estamos cobrando o preço certo, se estamos obtendo lucro ou prejuízo em cada uma de nossas operações.

É comum o empresário ter dificuldades para mensurar seus custos, e a primeira barreira encontrada é a falta de informações confiáveis que sustentem um estudo de apuração de custos.

Em sua grande maioria, as empresas não estão estruturadas para gerar informações voltadas para apurar custos com precisão, pois o foco está fortemente direcionado para o operacional, vendas, cobrança, financeiro, produção, enfim, nesta situação os custos passam à margem da visão do gestor.

Mensurar os custos é uma ferramenta para a gestão eficiente. A sua falta, bem como a ausência de informações contábeis – ferramentas que orientam –, pode representar uma ameaça para a tomada de decisão. 

Algumas especificidades da apuração do custo na prestação de serviços:

- Os serviços não são palpáveis.

- Não se pode separar de maneira clara e concreta a produção e o consumo de um serviço.

- Eles sofrem variabilidade dependendo de quem o presta e onde.

- Não podem ser estocados e não possuem prazo de validade, sendo outro desafio saber em que quantidade e quando prestar um serviço.

Para chegar ao preço de venda ideal, você deve ter um absoluto controle a respeito de suas despesas, além de conhecer muito bem a estrutura de seu negócio. Saiba mais a respeito desse assunto lendo esse artigo.

Todas as informações para apuração do custo na prestação de serviços deverão ser obtidas na contabilidade, esta grande fonte de indicadores para a apuração dos custos.

A falta de conhecimento acerca dos processos e a desorganização são fortes entraves para empresas de diversos setores.

Para obter um custo de serviço prestado mais próximo da realidade, conheça as atividades envolvidas na prestação do serviço, faça um mapeamento dos processos, meça o tempo de cada atividade e identifique os recursos envolvidos na realização delas.

Defina o método de custeio que mais se adequa à sua empresa. Trata-se de um conjunto de critérios que determina como se alocam os custos de diversos tipos envolvidos na prestação de serviços e no desenvolvimento de atividades em geral.

Os métodos de custeio mais difundidos são:

- Custeio por absorção, que considera todos os custos – fixos e variáveis – como parte do custo total de um bem ou serviço, isola os gastos fixos e leva em conta apenas os custos variáveis.

- Custeio variável. Isola os gastos fixos e leva em conta apenas os custos variáveis.

- Custeio ABC (custeio baseado na atividade) é feito através do levantamento e da mensuração dos custos de todas as atividades envolvidas na operação, para depois alocá-los a cada bem produzido ou serviço prestado.

Para que se obtenha lucratividade com os serviços, é necessário definir uma margem de lucro, que é o percentual do lucro dada a venda de um serviço. Deve ser coerente com a disposição dos consumidores a pagar por um serviço e com os preços praticados no mercado.

Mãos à obra! Com estas dicas iniciais, verifique em sua empresa se existe estrutura de custos, sua apuração e como são mensurados. Caso não exista ou esteja incompleta, aprofunde-se neste tema, busque subsídios para aprimorar-se.

Sabemos que a mensuração de nosso preço de venda não pode estar somente suportada no preço de mercado, mas temos que ter a visão de qual é o preço que devemos vender para atingir o ponto de equilíbrio no fluxo de caixa.

Com esta premissa podemos mensurar e estruturar nossos preços de mercado com uma maior visão, e planejar melhor a rentabilidade e a lucratividade de nossa empresa. 

Marco Antonio Granado, empresário contábil, contador, palestrante, escritor de artigos empresariais, consultor empresarial nas áreas contábil, tributária, trabalhista e de gestão empresarial. Bacharel em contabilidade e direito, pós-graduado em direito tributário e processo tributário, mestrando em contabilidade, controladoria e finanças na FIPECAFI. É consultor contábil, tributário, trabalhista e previdenciário do SINFAC-SP (Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo), palestrante da ANFAC (Associação Nacional do Fomento Comercial) e membro da 5ª Seção Regional do IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil).

(Publicado em 30/06/20)