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Publicado em 28/11/2023
Por Marco Antonio Granado
A margem de contribuição é uma forma diferente de enxergar o lucro de uma empresa.O cálculo nos diz o quanto da receita estará disponível, depois de as despesas variáveis serem cobertas, para as despesas fixas e o lucro líquido. É possível calcular a margem de contribuição de uma empresa como um todo, apenas de uma linha de produtos ou de cada unidade.
Sendo a quantia em dinheiro que resulta da receita obtida através da venda de um produto, serviço e ou mercadoria após excluir o valor dos gastos variáveis, que são compostos por custos variáveis e despesas variáveis. Sendo esta, a quantia resultante desta operação citada acima, que irá garantir a cobertura dos custos fixos e do lucro, após a empresa ter atingido o ponto de equilíbrio, ou ponto crítico de vendas (Break-even-point).
Portanto, margem de contribuição é um tipo de lucro, chamado também de lucro bruto, sua fórmula é:
MC = PV – CV
Sendo:
MC – Margem de Contribuição;
PV – Preço de Venda;
CV – Custo variável do produto;
A margem de contribuição não é o lucro final, ou seja, o resultado final de uma operação, mas esta informação na tomada de decisão do gestor em uma negociação, é um instrumento de suma importância. Cito abaixo alguns exemplos:
A empresa obteve o seguinte resultado no mês:
a)receita..................................R$ 200 mil;
b)custos variáveis...................R$ 50 mil;
c)custos fixos..........................R$ 90 mil;
d)resultado final (lucro)...........R$ 60 mil.
Com a diferença entre R$ 200 mil, receita, e R$ 50 mil, custos variáveis, chegamos ao resultado de R$ 150 mil, ou seja, 75% de margem de contribuição, sendo assim, sobrou o valor de R$ 150 mil para cobrir os custos fixos e gerar lucro. Desta forma, podemos deduzir que se a empresa obteve lucro de 60 mil, ou seja, 30% de lucro nos diversos negócios efetuados, e uma margem de contribuição de 75%.
Uma empresa pode ter diferentes tipos de negócios (serviços, revenda e venda), consequentemente como valores diferentes, sendo assim, as margens de contribuição poderão ter grandes variações. Será sempre interessante a empresa conseguir para todos os seus segmentos de negócios uma margem igual ou superior aos 56%, como citado no exemplo acima, porém, sabemos que nem sempre isto é possível em razão de todas as varáveis envolvidas.
Mas, por outro lado, alguns negócios podem gerar margens de contribuição bem inferiores à desejada ou negativas, ocasionando um prejuízo. Isso não quer dizer, de pronto, que devemos exclui-los, mas sim observar a evolução deste índice para gerenciar e tomar decisões sobre esta operação específica. No mínimo, uma operação deve ajudar nos custos fixos, não esquecendo que a margem negativa deixa bem claro um prejuízo, ou seja, a empresa está pagando para realizar esta operação.
Se a margem de contribuição identifica o que realmente sobra para a empresa, podemos afirmar que muitos segmentos usam o cálculo da margem de contribuição para desenvolver promoções, como as companhias aéreas, que oferecem passagens a valores bem inferiores em determinados horários e voos.
Os gestores devem utilizar a margem de contribuição, para tomar as decisões mais acertadas em suas empresas para a obtenção de uma maior lucratividade em seus negócios realizados, gerando benefícios a todos os envolvidos, mantendo o crescimento empresarial do negócio existente.
Marco Antonio Granado, empresário contábil, contador, palestrante e escritor de artigos empresariais. Atua como consultor empresarial nas áreas contábil, tributária, trabalhista e de gestão empresarial. Atua como docente na UNISESCON e no SINDCONT-SP. Atua como consultor contábil, tributário, trabalhista e previdenciário do SINFAC-SP e da ABRAFESC. É membro da 5ª Seção Regional do IBRACON. É bacharel em contabilidade e direito, com pós-graduação em direito tributário e processo tributário, mestre em contabilidade, controladoria e finanças.