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Um importante fundo de investimento anunciou, recentemente, a devolução de recursos para os cotistas, como estratégia de mercado, pois não estava conseguindo alocar recursos em recebíveis, seu principal objetivo.
Antes de mais nada, é necessário esclarecer que este é um dever e uma obrigação do gestor, por medida de extrema cautela e proteção dos investidores diretos e, em última análise, da própria indústria de fundos de investimento.
Contudo, esta manobra certamente é um resultado do mercado, que de um lado recebe diariamente novos recursos, e de outro, sem olhar para as MPEs, não consegue recebíveis de qualidade.
Exemplo disso é a recente recuperação judicial da Comarplast, que conseguiu colecionar 51 empresas do setor, que buscavam recebíveis em tese bons para as suas operações.
E, mesmo que consiga recebíveis razoáveis, as taxas estão cada vez mais baixas, deixando pouca ou nenhuma margem para recuperar o prejuízo, em caso de default.
Como sempre lembramos, o limite operacional deve ser observado e, se necessário, cortado, para que possamos pulverizar os recursos, viabilizando uma carteira mais oxigenada, caso contrário é mais aconselhável reduzi-la do que investir na incerteza.
Alexandre Fuchs das Neves é advogado e consultor jurídico do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.
(Publicado em 03/12/19)