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Em toda atividade empresária existem riscos, em especial o da fraude e o da inadimplência, que acabam por resultar em perdas financeiras, diminuindo o capital de giro, de forma razoável ou, por vezes, impactante.
Bom, não existe atividade empresária sem riscos, mas devemos conhecê-los para poder mensurar o apetite do empresário na sua aceitação.
O presente texto visa apontar para os riscos que podem ocorrer DEPOIS da fraude ou da inadimplência, em que a perda financeira deixa de ser apenas numérica – e como tal, tangibilizada, e pode ser descontrolada.
Então vejamos os riscos:
- Falta de resiliência: a capacidade de voltar ao estado mental de empresário normal. Evidente que devemos tomar todas as providências para fazer retornar o recurso financeiro até então perdido, inclusive fiscalizar a forma pela qual está sendo realizada a atividade. Mas uma coisa é fazer uma cobrança, outra é viver uma cobrança. Alguns empresários ficam simplesmente paralisados diante de situações de inadimplência e fraude, não conseguindo retomar as atividades diárias e a condução da sua empresa em face aos outros negócios e clientes.
- Baixa propensão à perda: a atividade empresária é de risco, e como tal é a arte de fazer mais negócios bons do que ruins. Um dia um mau negócio será feito, então entenda que, de fato, um dia você perderá, e isso não pode ser o final do mundo. Como diz o ditado popular: aceita que dói menos! Compreendido isso, não deixe um mau negócio contaminar os bons, não mude a sua programação mental positiva por conta de uma perda.
- Falta de foco: No desespero de recuperar um crédito não caia na tentação fatal de entrar no negócio do devedor, seja via contrato de gestão ou de matéria-prima, realizado apenas para viabilizar as recompras. O resultado é quase sempre fatal, em que a tentativa de salvar parte do recurso acaba por tirar o foco da atividade de fomento, levando ao encerramento da atividade. Não são raros os casos, infelizmente, em que isso ocorreu. Pior que perder dinheiro, é ingressar numa atividade que não é a sua, da qual você nada sabe (embora tenha elevados conhecimentos financeiros, amealhados no tempo em que estava no banco), e que tem inúmeros passivos e tantos outros riscos. Se você sabe fazer factoring, e perdeu dinheiro, siga fazendo com o que sobrou! Ou mude de atividade.
Para finalizar, fica a frase famosa: problema não se vive, se resolve. E se não tem solução, solucionado já está!
Alexandre Fuchs das Neves é advogado e consultor jurídico do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.