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Publicado em 20/06/2023
Por Alexandre Fuchs das Neves
Esta é a regra basilar de toda a tecnologia que estamos vaticinando há alguns anos, desde as instituições de pagamento, bancos digitais, CCB´s, agora as notas comerciais, novas estruturas, tecnologia, na qual ninguém tinha ainda firmeza em acreditar ou apostar.
Somos empreendedores por natureza, colocando recursos próprios e arriscando inclusive a subsistência da nossa família, caso venhamos a errar a mão ou cair numa dessas diversas fraudes que estão nos açodando, e contra elas devemos ter cuidados especiais.
Aliás, em dezenas de eventos sempre repetimos exaustivamente que a fraude jamais será digital, e sempre social, com causa na degradação moral e/ou financeira do nosso cliente. Pois bem, quais os aprendizados do passado?
O factoring sempre foi composto de algumas situações que, talvez, os neófitos não saibam. Visitas constantes, olho no olho, entender o negócio do seu cliente, conhecer o seu cliente, o ciclo produtivo, a sazonalidade, os riscos de fornecedores do seu cliente e a concentração em sacados, dentre diversas outras atitudes, forjaram nosso setor, como sempre digo, a ferro e fogo.
Bom, desde 2015 estamos alertando o mercado que, numa associação infeliz, temos mais água que aquário, ou seja, o setor foi inundado por recursos a taxas indigentes, puxando para baixo nossa lucratividade, em operações completamente descabidas, feita por uma concorrência tresloucada, mais necessitada em entrar no cliente e pagar investidores, que efetivamente conhecer o cliente. E qual o nosso futuro?
Não precisamos muito para entender que nosso futuro está na prestação de serviços, dos mais diversos. Cliquem aqui e vejam. O Bacen aposta, de longa data, na desintermediação financeira, prova disso está no caso Flairplace, que em 2010 teve a operação descontinuada e, oito anos após, o Bacen editou a Res 4656/18, que regulou as SCD – Sociedade de Crédito Direto e , em especial, as SEP – Sociedade de Empréstimo entre Pessoas, ou seja, exatamente o que fazia a Fairplace.
Isso aponta para a desintermediação financeira, mas não significa que tenhamos que baixar a guarda. Evidentemente que hoje contamos com sistemas de análise de crédito, learn machine, dentre tantos outros, ou seja, agregar valor aos nossos negócios.
Então o futuro é a desintermediação - seja via nota comercial, securitização, Fidc´s, , ESC´s, bancos digitais e tantas outras modalidades que afloram. Mas fica a regra do passado: concentração e conhecimento do mercado e do cliente. Caso contrário, continuaremos a cometer erros que podem sugar nossos recursos nas mãos de “experts” nisso.
Alexandre Fuchs das Neves é advogado e consultor jurídico do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo e da ABRAFESC.