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Quase sempre que recebemos uma demanda judicial em face da inadimplência ou fraude, identificamos que a operação foi realizada com base na duplicata, no Danfe e na confirmação, ou seja, que tudo estava operacionalmente correto, perfeito e acabado.
Em casos como estes sempre questiono a fomento quais os passos que foram dados para conhecer o cliente. A resposta, quase sempre a mesma: visitei tenho a nota, o Danfe e a confirmação, e não sei mais o que fazer para não cair em golpes.
Visitar é necessário, assim como inarredáveis as confirmações, pelo mínimo de segurança operacional. Mas será que apenas visitar e fazer um relatório do que foi visto são procedimentos suficientes para conhecer o seu cliente?
A esteira de produção final da inadimplência aponta que não, inclusive as respostas dadas nos cursos e eventos que ministramos, parecem respostas dadas “no automático”.
Responda para você mesmo, leitor, se numa determinada operação realizada, afastando-se toda a documentação que a lastreia, se tem o sacado capacidade e necessidade de realizar tal compra? E em que frequência?
Bom, se você conseguiu responder é sinal que, de fato, está dando largos passos para conhecer o seu cliente e sabe, que a cada operação, compramos junto com a duplicata um pouquinho do nosso cliente.
Alexandre Fuchs das Neves é advogado e consultor jurídico do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.