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Publicado em 14/12/2017

2017 foi o ano da virada no crédito (Valor Econômico)


2017 foi, definitivamente, o ano de afirmação das fintechs do ramo de crédito no Brasil. Dois anos após a proliferação dessas startups financeiras que apostam em empréstimos com juros mais baixos, agilidade na liberação de recursos e análise de crédito personalizada e 100% digital, as fintechs juntaram esforços, fundaram a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e estão em compasso de espera pela norma que regulamentará seus modelos de negócio.

De quebra, viram os pedidos de empréstimos explodirem em um momento em que os grandes bancos, em que pese a redução da Selic, mantiveram as carteiras dormentes e os juros ainda altos. Na plataforma de empréstimos pessoais Lendico, os desembolsos somaram R$ 115 milhões no acumulado de janeiro a novembro de 2017, alta de 187,5% ante os R$ 40 milhões de igual período de 2016. Desde o início das operações, em julho de 2015, a plataforma já emprestou mais de R$ 160 milhões para quase 22 mil clientes.

"2017 foi o ano da virada", diz o CEO Marcelo Ciampolini. O crescimento expressivo nos empréstimos é "orgânico", na opinião do executivo, e motivado por um número cada vez maior de pessoas que passam a conhecer as plataformas de empréstimo on-line como alternativa aos bancos. São clientes que, na maior parte dos casos, recorreram ao "crédito digital" com o objetivo de consolidar dívidas mais caras contraídas no cheque especial ou no cartão de crédito, alongando o perfil do endividamento com taxas de juros mais atraentes.

Com maior seletividade nas aprovações, estruturas enxutas e custos fixos menores do que os dos bancos, as fintechs apostam em ferramentas tecnológicas sofisticadas com algoritmos que definem de forma mais personalizada o perfil do cliente e o risco dele se tornar inadimplente, o que significa taxas mais baixas para clientes com histórico de pagamento em dia. Isso explica o principal atrativo das fintechs junto aos clientes: a oferta de taxas de juros mais baratas. Em média, a taxa da Lendico é de 3,5% ao mês, contra uma taxa média para pessoa física de 7,40% ao mês em novembro no sistema financeiro tradicional, conforme levantamento da Anefac.

Na Geru, plataforma de crédito digital em operação desde 2015, o cliente "A1" (o de melhor rating de crédito) paga taxa de 2% ao mês e o "E7" (pior rating) perto de 5% ao mês. "Em média, somos 60% mais baratos do que a alternativa encontrada nos bancos. Os clientes passaram a perceber que existe uma alternativa ao piloto automático do crédito pré-aprovado", diz Sandro Reiss, CEO da Geru.

O grande desafio das fintechs para os próximos anos ainda está relacionado com a conquista dos clientes e a divulgação das plataformas como alternativas de crédito mais barato e ágil. "Apostamos na educação financeira com vídeos educacionais que mostram pessoas normais explicando como funciona esse tipo de crédito, popular em outros países e que no Brasil ainda não decolou", diz Sergio Furio, CEO da Creditas (antiga BankFacil). A modalidade em questão é o empréstimo pessoal com garantia, em que os clientes com imóveis ou automóveis quitados podem colocar o bem em garantia para levantar recursos a taxas mais baixas e prazos alongados.

No caso de veículos, as taxas partem de 1,75% ao mês, com um ticket médio de R$ 18 mil. Para residências, o juro mínimo é de 1,15% ao mês + IPCA, com ticket médio de R$ 180 mil. Na média, os empréstimos correspondem a 30% do valor do imóvel e de 55% do valor do veículo. "O importante é que o cliente não comprometa mais do que 30% de sua renda com o empréstimo", diz.

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