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Publicado em
01/09/2016
Num país com 120,3 milhões de usuários de Internet, urna eletrônica, processo judicial on-line e declaração do imposto de renda sem papel ainda prevalece a tecnofobia (medo generalizado de novas tecnologias) quando se trata da duplicata virtual.
É esse estado de ânimo que ainda faz o documento eletrônico ser visto com reservas por uma parte das factorings, que atribui este comportamento ao receio de fraudes.
A afirmação é do consultor jurídico do SINFAC-SP, Alexandre Fuchs das Neves, que ministrou ontem (31/08), na sede do Sindicato, a palestra “Duplicatas Virtuais e Nota Fiscal Eletrônica”.
Segundo o especialista, a duplicata on-line trafega pela web encapsulada, ou seja, como se alguém a picasse em minúsculos pedaços e a acondicionasse em um envelope lacrado, o que praticamente elimina a possibilidade de fraudes.
“A pergunta que eu faço é: quem vai se preocupar em fraudar uma duplicata no ambiente de web? Isso é tão difícil de ser feito que não justifica os fins. Por isso acho improvável que os golpes contra o nosso setor migrem do ambiente social para o digital”, afirmou o advogado.
No seu entender, num futuro próximo o fomento comercial não vai mais operar de forma analógica. Mas para que isso ocorra, o setor precisa compreender o investimento e ter confiança no sistema, que já se demonstrou confiável. “Prova disso é que quem entrou nesse mundo não volta ao antigo”, acrescentou Fuchs.
Mas, segundo ele, a segurança não é apenas tecnológica, pois existe uma jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitando a validade da duplicata virtual.
Opiniões
“Ainda não utilizamos a duplicata virtual, mas estamos interessados em adotá-la”, afirmou Heloise Martins Câmara (acima, à esq.), sócia da Martins Factoring, de Goiânia. “Precisa modernizar sempre, é um caminho irreversível, pois ainda se perde muito tempo visitando o cliente para colher assinaturas. Fazendo tudo pelo meio digital ganha-se em prazo e autenticidade”, justificou.
Para Leila Daniela Barisão (acima, à dir.), auxiliar jurídico da paulistana Future Fomento, a operação diária melhorou bastante após a adoção dos documentos eletrônicos. “Tudo ficou mais rápido, o volume de papel diminuiu, com a reutilização de espaços antes ocupados por arquivos físicos. Ainda não tivemos caso judicial envolvendo esse campo”, assegurou.
Fonte: Reperkut