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Publicado em 13/10/2015

Auditores tentam levantar até R$ 400 milhões com devedores (O Globo)

Em uma pequena sala do nono andar da Secretaria de Fazenda (Sefaz) do Rio de Janeiro, um time de 20 auditores fiscais se dedica a negociar diretamente com empresas em débito com o governo do estado. O time foi montado há um mês e faz parte de um conjunto de medidas cujo objetivo é procurar em todas as fontes os recursos para evitar que as contas fechem o ano no vermelho. A expectativa é conseguir até R$ 400 milhões só neste ano de companhias de grande porte que devem, não negam, mas também não pagam.

Não se trata de uma operação contra a sonegação. O chamado núcleo de gestão da inadimplência tem como foco empresas que reconhecem os débitos, mas adiam indefinidamente o ajuste de contas. No primeiro momento, a meta é entrar em contato com os 200 maiores devedores, mas a estimativa é que o grupo seja muito maior: pelo menos dez mil empresas, que, juntas, têm em aberto mais de R$ 7 bilhões em dívida, um dinheiro que o governo ainda não tem capacidade de cobrar, diz o secretário de Fazenda, Julio Bueno.

A equipe já entrou em contato com 87 empresas. Do grupo, 18 fizeram acordo, o que já rendeu ao governo R$ 107 milhões em verba extra. As dívidas podem ser pagas à vista ou parceladas em até 60 vezes, corrigidas pela Taxa Selic. Ainda não há informações sobre quanto do montante inicial foi pago à vista. Os nomes das empresas são protegidos por sigilo fiscal, mas o governo confirma que são de grande porte, com base no faturamento.

R$ 100 MILHÕES RECUPERADOS

As companhias que não fazem acordo caem na dívida ativa. Isso aconteceu com quatro contactadas, que somam dívidas de mais de R$ 17 milhões, segundo o último balanço.

— Colocamos 20 pessoas para telefonar para as empresas. O alerta foi dado pela consultoria Falconi. Em 15 dias, cobraram mais de R$ 400 milhões e recuperaram mais de R$ 100 milhões — contou Bueno, que diz que isso deveria estar sendo feito há mais tempo.

Para bater à porta das inadimplentes, os auditores — que normalmente lidam com números e planilhas — se dedicaram a um treinamento de técnicas de negociação. O processo seletivo e a preparação demoraram um mês e meio, contou Adilson Zegur, superintendente de arrecadação da Sefaz:

— O objetivo é dobrar a equipe e ocupar uma nova sala.

A busca faz parte de uma série de medidas para que as contas do estado fechem no azul. Para 2015, o governo tem mais de R$ 15 bilhões em receitas não recorrentes — recursos que entram no caixa e não fazem parte dos ganhos normais. A maior parte foi garantida com saques do Fundo de Depósito Judicial do Tribunal de Justiça, que somam R$ 6,8 bilhões.

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