Na Câmara de Liquidez SPI, como foi batizada, a B3 atuará como contraparte para evitar que as instituições se vejam sem caixa para viabilizar as transações fora do horário de funcionamento regular do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O Pix funcionará 24h por dia, sete dias por semana.

Toda a liquidação dos pagamentos realizados com o Pix será feita de forma centralizada pelo próprio BC. No entanto, a câmara de liquidez da bolsa tem um propósito complementar, que é o de evitar que falte dinheiro na conta das instituições na hora de executar um pagamento.

“A gente conseguiu colocar de pé um solução onde a B3 vai trabalhar como contraparte central, com lastro em título público federal depositado numa conta para que a gente possa suportar uma possível falta de liquidez nesses períodos”, afirmou Marcos Bellini Ferreira, diretor-executivo de produtos financeiros da B3.

Quem aderir à câmara vai definir uma quantia de recursos a ser depositada numa conta da B3 no Selic. O dinheiro será aplicado em títulos públicos. Cada participante também definirá o quanto aceita emprestar seus recursos. Quando alguém precisar de liquidez, a bolsa buscará a melhor oferta naquele momento, disse Ferreira.

“A câmara vai ser relevante para que as pequenas [instituições] possam funcionar. Vai permitir que sejam tomadoras e que as grandes tenham uma remuneração”, disse. “Minimiza o risco para as duas partes.”

A adesão à câmara de liquidez não é obrigatória. A iniciativa faz parte de um conjunto de infraestruturas de mercado que estão surgindo no entorno do Pix, mas não fazem parte das definições regulatórias do Banco Central.

Além unidade de compensação, a B3 prepara outras ofertas no PagHub. Entre eles, terá um serviço de “conheça seu cliente” (KYC, na sigla em inglês) e prevenção à lavagem de dinheiro, atacando a preocupação com fraudes no Pix. De acordo com Ferreira, um piloto já está sendo conduzido com algumas empresas.