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Publicado em 11/07/2017

Baixa do juro e da inflação incentiva a oferta de promissórias por empresas (DCI)

A baixa dos juros e a inflação sob controle já incentivam empresas limitadas (LTDAs) e sociedades anônimas de capital fechado a captarem recursos por meio da emissão de notas promissórias com prazo de 1 ano no mercado de capitais.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgados ontem, mostram que o volume em notas promissórias cresceu 73,7% no primeiro semestre de 2017, para o montante de R$ 5,951 bilhões, ante R$ 3,426 bilhões em igual período de 2016.

Nesta expansão, a participação percentual das empresas limitadas aumentou de 20% para 29,2% nos seis primeiros meses de 2017, na comparação com o mesmo período do ano passado. “Neste momento de bastante indefinição na economia e na política, mas com juros mais baixos e inflação em queda ficou mais vantajoso para as empresas captar recursos para o curto prazo”, identificou o sócio do escritório NFA Advogados, Carlos Ferrari.

O executivo explicou que uma oferta desse tipo de nota comercial não leva mais que 15 dias para ser estruturada. “E sai muito mais barato que conseguir um empréstimo de 1 ano com um banco. As instituições financeiras ainda estão trabalhando com restrição ao crédito”, argumentou.

O movimento das empresas em busca de recursos é recente. Do montante registrado de R$ 5,951 bilhões no primeiro semestre de 2017, R$ 2,665 bilhões, ou 44%, foram captados em junho último. “O momento para captação é agora. Os juros [para 1 ano] estão baixos, com uma taxa mais barata para os tomadores no mercado de capitais. Os bancos privados não acompanham integralmente essa baixa nos empréstimos”, diz o professor de estratégia financeira do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-SP), Paulo Azevedo.

Apenas para efeito de exemplo, dados do Banco Central referentes ao mês de maio mostram que os bancos cobravam em média 20,7% de juros em empréstimos de 1 ano para pessoas jurídicas (empresas) em linhas de capital de giro com recursos livres.

“Numa nota, as taxas estão saindo em DI [depósito interfinanceiro] mais 4 pontos percentuais, ou se indexadas ao IPCA, a inflação mais de 4 a 9 pontos percentuais dependendo do risco de cada emissor”, contou Carlos Ferrari.

A taxa DI prefixada de 1 ano está em torno de 8,60% para 252 dias úteis ou 8,35% para 360 dias corridos. Se considerado esse prêmio de risco de 4 pontos percentuais, esse tipo de nota promissória terá taxa entre 12,35% e 12,60% para o horizonte de 12 meses.

O executivo complementou que esse patamar de taxa está atrativo para fundos de investimentos em renda fixa e de crédito privado. “Daqui para frente – com a baixa da Selic – ficará cada vez mais difícil para os gestores entregar para seus cotistas aquela rentabilidade de 1% ao mês, e esses papéis privados – embora em volumes ainda pequenos – são úteis para melhorar os ganhos dessas carteiras”, diz o sócio.

Segundo o boletim da Anbima, em junho, as operações em notas promissórias registradas foram: Autotrade Concessões em R$ 215 milhões; Restoque Confecções de Roupas em R$ 140 milhões; Coteminas em R$ 50 milhões; Guarupart em R$ 65 milhões; e Movida Locação de Veículos em R$ 150 milhões.

Entre os nomes conhecidos de empresas abertas aparecem: AES Tietê com R$ 900 milhões; Lojas Americanas com R$ 900 milhões; Diagnósticos da América com R$ 200 milhões, e CPFL Serviços com emissão de R$ 45 milhões.

Títulos incentivados

Em sua apresentação à imprensa, o diretor da Anbima, José Eduardo Laloni, destacou o crescimento do volume em certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e de debêntures de infraestrutura, ambos os papéis com incentivos fiscais para pessoas físicas.

A captação para infraestrutura aumentou 11,8% no 1° semestre de 2017 para R$ 1,552 bilhão, e a emissão em CRAs avançou 4,1% para R$ 5,151 bilhões frente igual período de 2016. Nas debêntures incentivadas, a taxa ficou entre IPCA +4 pontos a IPCA + 9 pontos.

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