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Publicado em
06/02/2018
Cada vez mais grandes emissoras de cartões de crédito dos EUA estão decidindo que não querem financiar um investimento em forte queda. J.P. Morgan Chase, Bank of America (BofA) e Citigroup anunciaram a interrupção das aquisições de bitcoins e de outras criptomoedas com seus cartões de crédito.
O J.P. Morgan, que colocou o veto em vigor no sábado, não quer o risco de crédito associado às transações, disse a porta-voz Mary Jane Rogers.
O Bank of America começou a reduzir as transações de cartões de crédito com bolsas conhecidas de criptomoedas na sexta. A política se aplica a todos os cartões de crédito pessoais e comerciais, segundo um memorando, mas não afeta os cartões de débito, disse a porta-voz da empresa, Betty Riess.
O Citigroup anunciou que também interromperá as aquisições de criptomoedas com seus cartões de crédito. “Continuaremos revendo nossa política segundo a evolução desse mercado”, disse a porta-voz da empresa, Jennifer Bombardier.
Autorizar a compra de criptomoedas pode criar grandes dores de cabeça para os bancos, que podem acabar em situação de risco caso o tomador do empréstimo faça uma aposta equivocada e não possa pagar.
Existe também o risco de ladrões abusarem de cartões roubados ou baseados em identidades roubadas, transformando-os em depósitos de criptomoedas.
Além disso, os bancos são obrigados pelos órgãos reguladores a monitorar as transações dos clientes em busca de sinais de lavagem de dinheiro – o que não é tão fácil se os dólares forem convertidos em moedas digitais.
O bitcoin perdeu mais da metade de seu valor desde 18 de dezembro, caindo ontem para menos de US$ 7.500 pela primeira vez desde novembro.
A queda ocorreu em meio à escalada de ameaças regulatórias em todo o mundo, ao medo de manipulação de preços e à proibição do Facebook aos anúncios de criptomoedas e ofertas iniciais de moedas.
Agora, a eliminação das compras com cartões poderia ampliar essas pressões ao dificultar a entrada dos entusiastas no mercado. A Capital One Financial e a Discover Financial Services haviam afirmado anteriormente que não dão respaldo às transações.
A Mastercard anunciou que os volumes internacionais de sua rede – um indicador dos gastos dos clientes no exterior – aumentaram 22% neste ano, alimentados em parte pelos clientes que usaram cartões para comprar moedas digitais. A empresa alertou que a tendência já estava começando a desacelerar quando os preços das criptomoedas caíram.
O CEO da Discover, David Nelms, desdenhou o financiamento de transações com criptomoedas em entrevista, no mês passado, observando que a posição poderia mudar dependendo da demanda dos clientes. Por enquanto, “são criminosos que estão tentando tirar dinheiro da China ou de outras partes”, disse, sobre quem tenta usar as moedas.