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Publicado em 22/02/2018

Banco passa a renegociar dívida enquanto não pode vender carteiras (Valor Econômico)

Impedida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de se desfazer de sua carteira de créditos podres, a Caixa Econômica Federal passou a negociar com devedores a recuperação de, ao menos, parte dos débitos. De acordo com o presidente do banco, Gilberto Occhi, a medida foi tomada em abril e já trouxe um resultado financeiro superior até mesmo ao da própria venda. Mesmo assim, a intenção de alienar o ativo continua nos planos.

Segundo Occhi, a estratégia do banco diante do impedimento do TCU foi de procurar devedores e oferecer a oportunidade de eles “limparem o nome” com a renegociação. “Tivemos essa restrição e fomos encontrar uma alternativa, que foi a renegociação. Chamamos essas pessoas para limpar o nome. Como ela não tem condições de pagar tudo, ela paga menos e liquida essa dívida”, afirmou ao Valor.

De acordo com o presidente da Caixa, enquanto a venda da carteira de créditos podres ao mercado traria ao banco algo entre 3% e 5% do total de dívidas inscritas na carteira, a renegociação dos débitos trouxe o dobro disso. “Tivemos um desempenho que foi mais que o dobro só chamando as pessoas e negociando. Para a nossa surpresa, o resultado foi muito bom”, disse.

Apesar da estratégia, Occhi disse que a venda da carteira continua nos planos do banco. A única pendência é o aval do TCU, com quem a instituição continua em contato acerca do tema. “Estamos finalizando tudo o que o TCU exigiu. Caso eles liberem, eu vendo uma carteira ainda mais depurada”, disse. Essa operação teria um impacto imediato no capital da Caixa, pois os “créditos podres” vendidos seriam retirados do balanço, diminuindo a necessidade de alocação de capital.

Além disso, o banco está também negociando a venda da carteira de bens que não são usados pelo banco. Compõem essa rubrica imóveis dados como garantia em empréstimos que acabaram não quitados. A intenção é negociar essa carteira de ativos com fundos de investimento, mas Occhi não forneceu detalhes. No ano passado, por exemplo, a Caixa chegou a negociar a venda de uma carteira de R$ 1 bilhão em imóveis retomados com um fundo de investimentos.

As operações fazem parte da estratégia da Caixa para melhorar seu capital nível 1 (de melhor qualidade) e atender regras prudenciais do Acordo de Basileia a partir de 2019. Desde o ano passado, o banco desacelerou suas operações de crédito e tenta vender carteiras, como a de imóveis retomados por falta de pagamento para diminuir a necessidade de alocação de capital.

Além disso, o Tesouro Nacional abriu mão de receber o mínimo de 25% de dividendos que a instituição financeira teria de passar ao governo. Com isso, a equipe econômica entende que o banco terá condições de conceder crédito e cumprir, no próximo ano, o limite de capital exigido no Acordo de Basileia para fazer frente a operações realizadas.

Independentemente dessas medidas, Occhi indicou que já haverá uma melhora do índice de Basileia no balanço anual de 2017, a ser divulgado até o começo do próximo mês.

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