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Publicado em 26/03/2019

Bancos definem estratégias para financiar MPMEs (Valor Econômico)

A tendência de consolidação da retomada do crédito no país vem aumentando a aposta dos bancos nas micro, pequenas e médias empresas (MPME), nicho considerado importante para ajudar a impulsionar o movimento.

Após dois anos consecutivos de recuo, os financiamentos voltaram a avançar em 2018, atingindo estoque de R$ 3,26 trilhões, alta de 5,5% sobre o ano anterior, segundo dados do Banco Central (BC). Desse total, R$ 507,3 bilhões se referem a MPMEs. Para este ano, a previsão é que o crédito para pessoa jurídica avance 5%.

Atentos a este cenário, Santander, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil (BB) e BNDES montam estratégias específicas para empreendedores em diferentes frentes, que vão de franquias ao agronegócio. Para tanto se valem de soluções digitais que eliminam a burocracia e dão velocidade à aprovação de financiamento e avaliação de risco.

Para ser mais assertivo, o Santander dividiu essa carteira em quatro segmentos que atuam com mandatos específicos, do microcrédito a financiamentos mais estruturados. No microcrédito, onde tem 250 mil clientes ativos, o banco desembolsou em 2018 mais de R$ 1 bilhão. A modalidade é considerada a porta de entrada do empreendedor para a abertura formal de sua microempresa.

"A ideia é que 20% dos clientes atendidos por esse programa iniciem sua jornada de empreendedorismo. Queremos saltar para 500 mil clientes ativos em 2019", diz José Teixeira, diretor de negócios & empresas do Santander Brasil. Nesse sentido, o banco fará 1,3 mil eventos no país para oferecer suporte técnico financeiro, de gestão, tributário e operacional.

Em 2018, segmento contou com R$ 507,3 bilhões em crédito. No total, empresas levantaram R$ 3,26 tri

Já no segmento de pequenas empresas, de faturamento até R$ 3 milhões por ano, a estratégia passa pela utilização das maquininhas da GetNet - empresa de adquirência do Santander. "A ideia é criar valor, em especial para o pequeno varejista, bares, restaurantes e serviços." O nicho franquia entra nessa ação por meio de acordos estabelecidos diretamente com as marcas. "Temos 385 marcas parceiras e 16 mil clientes de franquias ativos. A meta é chegar a 25 mil em 2019" diz o executivo, que registrou aumento de 9,5% na carteira MPME em 2018, para R$ 40 bilhões. Este ano, a meta é avançar em dois dígitos próximo a 15%.

Apostando forte nesse público, o BB viu sua carteira de micro e pequenas empresas (MPE) acelerar. "De janeiro até 15 de março, o desembolso foi 20% maior do que no mesmo período de 2018, totalizando R$ 10,6 bilhões", diz Luiz Claudio Batista, diretor de micro e pequenas empresas do banco.

Os números iniciais fazem o BB prever um aumento de 10% em sua carteira de MPE neste ano, bem mais que o esperado para o segmento PJ (entre 0% e 3%). O BB fechou 2018 com R$ 39,5 bilhões de estoque de crédito neste nicho, R$ 7 bilhões a menos que em 2017. Uma das estratégias para avançar este ano é colocar todo o portfólio de produtos em ambiente digital para dar mais comodidade ao cliente. "Já integramos o ACL (desconto de recebíveis) na plataforma digital e antecipamos o faturamento de cartões que o cliente tem a receber", conta Batista. Outra estratégia é a especialização. Hoje 700 mil clientes MPE são atendidos por 3,5 mil gerentes de relacionamento. As 173 agências exclusivas para o atendimento MPE, também serão expandidas este ano."

O Itaú também decidiu investir em soluções digitais para melhorar os resultados dessa carteira. As ações se intensificaram no ano passado com foco em empresas que faturam entre R$ 1 milhão e R$ 30 milhões, com gerentes exclusivos. "Colocamos ferramentas em tablets para que os gerentes possam ir até o cliente e fechar negócios na hora. O cliente também pode solicitar uma consultoria de diferentes áreas do banco pelo tablete", explica André Daré, diretor de produtos para empresas do Itaú Unibanco. O resultado apareceu no balanço. No último trimestre de 2018, a carteira de PME do banco avançou 14,5%, em 12 meses e o volume de originação subiu 20%.

Já a participação das MPME nos desembolsos do BNDES saltou de 27,5% em 2015 para 45% do total de financiamento concedido pelo banco de fomento, totalizando R$ 30,9 bilhões em 2018. Só no ano passado avançou R$ 1 bilhão em relação a 2017. O BNDES, que atua com esse público por meio de agentes financeiros, quer engajar mais os parceiros. "Estamos reduzindo os custos de transação com os agentes e dando maior agilidade a eles. Transações que demoravam três, quatro dias, como financiamento de máquinas e equipamentos por meio do Finame, hoje são feitas em segundos", diz Caio Barbosa Alves de Araújo, chefe do departamento de canais de distribuição e parceria.

Hoje o principal agente repassador do BNDES é o Bradesco, que registrou crescimento de 10% no estoque de sua carteira de micro, pequenas e médias empresas no fim de 2018 em relação a 2017, para R$ 101,5 bilhões. "O banco tem atuação forte nas PMEs, pois estamos em todos os municípios", afirma Leandro Diniz, diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco. Portal e eventos também ajudam a especialização do banco. No primeiro bimestre deste ano a carteira de PME avançou 23% em relação ao mesmo período de 2018.

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