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Publicado em 28/03/2019

BC lança programa de fomento a projetos de inovação financeira (Valor Econômico)

O Banco Central (BC) lançou uma segunda edição do Lift (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), iniciativa de fomento ao desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica voltados para o sistema financeiro. A autarquia vai selecionar propostas que receberão o apoio do próprio Banco Central e de grandes empresas de tecnologia parceiras para a criação de protótipos e soluções para a indústria financeira, como aconteceu no ano passado.

Os projetos devem tratar de temas listados entre ações prioritárias do Banco Central na chamada Agenda BC+, voltada para o barateamento do crédito, para o aumento da eficiência dos bancos, para a modernização do sistema financeiro e para a inclusão financeira.

Ao abrir seminário do Lift nesta quarta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que as inovações fomentadas pelo programa vão contribuir para maior concorrência no mercado financeiro. O Banco Central, afirmou, quer ser indutor de plataformas voltadas para a redução de custos e a inclusão de pessoas no sistema financeiro. Nesse contexto, Campos destacou que o país ainda tem o desafio “enorme” de reduzir o custo do crédito. “Mesmo com a queda de juros, o custo de crédito caiu pouco, então acho que temos aí um trabalho importante pela frente”, afirmou em discurso.

O Lift foi inspirado em experiências similares desenvolvidas pelo Banco da Inglaterra e por Cingapura. Para o chefe adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do BC e um dos coordenadores do Lift, Aristides Cavalcante Neto, a experiência cria um ambiente de “aprendizado mútuo”. As empresas recebem feedback e orientação do regulador enquanto desenvolvem suas ferramentas, e o Banco Central tem a oportunidade de conhecer em mais detalhes as inovações tecnológicas no setor. Os projetos são desenvolvidos em um prazo de 90 dias.

No ano passado, o Lift resultou no desenvolvimento de 12 protótipos e soluções, a partir da apresentação inicial de 81 propostas. Segundo Cavalcante Neto, a ideia este ano é no mínimo repetir a dose. As novas inscrições poderão ser feitas entre os dias 2 de abril e 31 de maio.

Um dos protótipos da primeira edição foi desenvolvido pela empresa Liber Capital, de São Carlos (SP). Trata-se de uma plataforma para registro de direitos creditórios utilizando a tecnologia de “blockchain”, que permite o armazenamento distribuído e compartilhado de dados criptografados.

Segundo Victor Stabile, fundador e diretor de tecnologia da empresa, a ferramenta foi desenvolvida para atender ao mercado que vai florescer a partir da aprovação, no final do ano passado, da lei de registro de duplicatas eletrônicas. O objetivo é facilitar a comunicação entre as registradoras, assegurando que o serviço não acabe se concentrando em poucas instituições. A empresa não pretende comercializar a ferramenta, mas disponibilizar o código. A Liber Capital funciona como um marketplace de duplicatas e seu interesse é contribuir para o desenvolvimento do mercado, disse Stabile.

Outra ferramenta desenvolvida no Lift foi o Proagro Fácil, voltada para a gestão da operacionalização, pelos bancos, do programa de seguro agrícola do governo. Alessandro Moraes, da empresa Softfocus, responsável pelo projeto, afirma que a grande vantagem do Lift, para a empresa, foi a aproximação com os técnicos e executivos do Banco Central, que puderam oferecer um retrato abrangente das dificuldades enfrentadas pelo banco na operação do seguro. A empresa já tinha um piloto da ferramenta e a partir do trabalho no laboratório do BC amadureceu a solução, que já está sendo comercializada com instituições financeiras.

IBM, Microsoft, Oracle e AWS são as empresas que atuam como parceiras do Banco Central no Lift, oferecendo aos participantes infraestrutura a custo zero por um prazo predeterminado. A Fenasbac (Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central) também está por trás da iniciativa. Ao agradecer a participação da iniciativa privada no programa, Campos destacou que “o lema do nosso governo tem sido vamos trazer cada vez mais a iniciativa privada para trabalhar com o governo em todas as esferas”.

A Digicash, outra participante da primeira edição do Lift, desenvolveu uma ferramenta de pagamento instantâneo por meio de dispositivos móveis. Fábio Silva, representante da empresa, que também tem sócios estrangeiros, afirmou que a solução é focada nos desbancarizados. A ideia é oferecer uma solução facilitada de pagamento, e não oferecer crédito. A empresa pretende lançar o produto em até 90 dias e a meta é chegar a 30 milhões de clientes no Brasil em até 20 anos. Segundo Silva, o acesso facilitado ao BC foi importante para a troca de informações, principalmente na área de regulação.

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