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Publicado em 21/03/2019

BC mantém Selic na estreia de Campos (Valor Econômico)

Em sua primeira reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC apontou uma melhora no balanço de riscos para a inflação, mas manteve a taxa básica de juros pela oitava vez consecutiva em 6,5% ao ano, como esperado pelo mercado, e não se comprometeu com uma redução da taxa no futuro próximo.

O colegiado considerou que seu balanço de riscos agora está simétrico, ou seja, há um equilíbrio entre os fatores que podem contribuir para que a inflação fique acima ou abaixo dos percentuais projetados até 2020. Ainda assim, o Copom alertou que precisará de tempo para avaliar o comportamento da economia brasileira.

"O comitê julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos dos diversos choques a que foi submetida no ano passado", afirmou o comitê em nota, logo depois de dizer que o cenário básico e o balanço de riscos prescrevem manter os juros no patamar atual. "O Copom considera que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo."

O Copom reiterou a importância de "cautela, serenidade e perseverança" nas decisões de política monetária. A mensagem já havia sido citada pelo colegiado nas duas reuniões anteriores e também foi incluída no discurso de posse do presidente do BC.

Para o Copom, indicadores recentes da atividade doméstica apontam ritmo "aquém do esperado", mas a avaliação é que a economia brasileira segue em processo de recuperação gradual. Já o cenário externo permanece desafiador, na avaliação do colegiado. De um lado, houve recuo dos riscos associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, mas os riscos de uma desaceleração da economia global aumentaram.

O colegiado projeta que a inflação ficará em torno de 3,9% em 2019 e em 3,8% no ano que vem, em um cenário que leva em conta as trajetórias para juros e câmbio previstas pelo mercado na pesquisa Focus. Essa projeção pressupõe alta dos juros para 7,75% ao ano em 2019 e que o dólar recue da média de R$ 3,85, observada nos últimos dias, para R$ 3,70 no fim deste ano e para R$ 3,75 no ano que vem.

Se o dólar ficar em R$ 3,85 e os juros nos atuais 6,5% ao ano, a projeção do Banco Central é de inflação de 4,1% em 2019 e 4% em 2020, mais próximo das metas centrais do governo para os períodos - de 4,25% e 4%, respectivamente.

O Copom relaciona alguns riscos que poderão fazer a inflação se distanciar dos valores projetados. O nível elevado de ociosidade da economia pode pressionar a inflação para baixo. Já o risco de frustração das expectativas de continuidade das reformas e uma eventual deterioração do cenário externo para economias emergentes contribuiriam para uma alta da inflação, segundo o Copom. Essa avaliação já era conhecida, mas até então o colegiado avaliava que os riscos de alta da inflação eram superiores aos de baixa. O entendimento agora é que há um equilíbrio, mas o Copom não detalhou o que contribuiu para essa melhora.

Além de Campos, também estrearam no colegiado os novos diretores Bruno Serra (política monetária) e João Manoel Pinho de Mello (organização do sistema financeiro). O Copom voltará a se reunir nos dias 7 e 8 de maio.

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