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Publicado em 22/04/2020

Brasil tinha US$ 45,6 bi em crédito bancário externo não desembolsado ao fim de 2019 (Valor Econômico)

O Brasil tinha US$ 45,6 bilhões de linhas de crédito não desembolsadas junto a bancos estrangeiros no fim de 2019, segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), espécie de banco dos bancos centrais.

No total, as economias emergentes fecharam 2019 com US$ 610 bilhões de linhas de crédito não utilizadas junto a bancos estrangeiros, conforme o BIS.

As estatísticas bancárias internacionais mais recentes não cobrem o primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia de covid-19 começou a paralisar grande parte da economia global.

Entretanto, a avaliação do BIS é de que companhias que enfrentam severa escassez de receita provavelmente usaram suas linhas de crédito no decorrer do primeiro trimestre de 2020 para garantir capital de giro.

Para a maioria dos emergentes, os compromissos de créditos não utilizados variavam de 10% a 15% da exposição dos bancos estrangeiros junto a esses países. No México, os fundos não usados chegaram a US$ 70 bilhões.

No caso do Brasil, os US$ 45,6 bilhões representavam 7,5% do crédito total. A Índia tinha US$ 30 bilhões não utilizados.

Conforme o BIS, os compromissos de crédito não desembolsados, se sacados, aumentariam as exposições dos bancos alemães, italianos, espanhóis e americanos em cerca de 15% ou mais nos emergentes. Se toda exposição adicional for incluída, instituições alemães, britânicas e americanas teriam exposição até 35% maior nas economias emergentes.

“Esses indicadores sugerem que poderia haver heterogeneidade substancial entre os sistemas bancários nacionais em suas reações ao choque financeiro global desencadeado pela pandemia”, diz o banco .

No último trimestre de 2019 os créditos transfronteiriços declinaram US$ 703 bilhões, principalmente nas economias desenvolvidas e em centros financeiros offshore.

Houve queda de US$ 8 bilhões nos financiamentos externos para a América Latina. Para o Brasil, o crédito estrangeiro aumentou US$ 4,5 bilhões no ano. Mas especificamente no quarto trimestre houve contração de US$ 8,2 bilhões, comparada a soma idêntica de aumento dos créditos no trimestre anterior.

Vulnerabilidade dos emergentes

Os dados sobre a atividade bancária internacional vão até dezembro do ano passado. Mas o banco considera que choques externos anteriores, como a grande crise financeira de 2007-2009, podem ser usadas como guia para identificar vulnerabilidades dos emergentes.

Por exemplo, o crescimento do crédito externo caiu para o território negativo após a crise financeira global, de 22% em 2007 para -10% em 2009. Países asiáticos sofreram contração de financiamento de 25%.

Para o BIS, a estabilidade do estoque de crédito bancário para os emergentes depende muito de sua composição. Tanto o perfil dos vencimento do financiamento como a combinação dos tipos de exposição - se crédito transfronteiriço ou fornecido localmente por subsidiárias estrangeiras - influenciam a rapidez com que o banco estrangeiro pode contrair suas atividades após um choque externo.

Na Ásia-Pacífico, a parte de crédito internacional representou 64% da exposição total dos bancos estrangeiros, chegando a 75% na China. Em contrapartida, a exposição da banca estrangeira na América tem sido principalmente em moeda local. O crédito internacional no total da exposição no Brasil, Chile e México continua inferior a 50% desde 2003.

O BIS constata que os sistemas bancários credores com a maior parte da exposição na forma de crédito internacional, em vez de financiamento local pelas subsidiárias, têm maior margem para frear seu estoque de crédito em períodos de estresse no sistema financeiro global.

Bancos espanhóis tinham mais de 70% de sua exposição externa em moeda local no fim de 2019. Já bancos franceses, japoneses, britânicos e americanos tinham menos de 50% de suas posições localmente no país que pegou o financiamento. Cerca de 80% do crédito internacional fornecido por bancos americanos e 60% no caso dos britânico a emergentes era de curto prazo.

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