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Publicado em 04/04/2019

Cadastro Positivo trará expansão das cooperativas de empréstimo até 2020 (DCI)

A aprovação do Cadastro Positivo trará um maior número de associados, um aumento nas concessões e taxas ainda mais justas para as cooperativas de crédito. A integração do processo nas bases e operações do sistema, porém, pode ser desafio para o setor.

O texto da proposta foi aprovado pelo Senado no último dia 13 e agora aguarda apenas a sanção do presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor. De acordo com o diretor de desenvolvimento e supervisão do Sicoob, Francisco Reposse Junior, a atração de novos cooperados com o cenário mais competitivo de taxas e a maior facilidade na hora da concessão de recursos devem ser os principais reflexos do Cadastro Positivo para o sistema.

“Com o histórico financeiro do cooperado e de novos clientes, conseguiremos avaliar melhor o risco e trazer taxas mais justas conforme cada perfil”, afirma o executivo e reitera que o processo também vai trazer uma maior “agilidade no atendimento”.

“O tempo de maturação do nosso relacionamento com o cliente pode reduzir até 60%, por exemplo, e isso ajuda muito para o aumento de negócios. O Sicoob já cresce 20% ao ano e esperamos um crescimento ainda maior com a validação do Cadastro Positivo”, afirma Reposse Junior.

Ao mesmo tempo, apesar de as cooperativas já demonstrarem um nível de calotes até 20% inferior do que o observado no mercado, a abertura de dados históricos de pagamentos também ajudará na redução da inadimplência. Segundo o Banco Central (BC), a média do índice de pagamentos em atraso ficou em 2,9% em janeiro, queda de 0,5 ponto percentual ante igual período. “Isso corrobora com o viés de aumento no volume de concessões com menores taxas, uma vez que a análise de risco mais facilitada também reflete na diminuição da inadimplência e no maior apetite por empréstimos”, diz o CEO da Unicred, Fernando Fagundes.

Também conforme dados do BC, o volume financiamentos feitos em janeiro atingiu um total de R$ 305,4 bilhões, aumento de 10% em comparação ao primeiro mês de 2018.

Já segundo o coordenador do ramo de crédito da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Thiago Borba, o otimismo do mercado em relação aos ajustes sinalizados pelo governo já refletem em uma queda na inadimplência e em um maior apetite ao risco pelas instituições financeiras.

“A evolução do quadro de cooperados é um processo natural. O cooperativismo vem ganhando espaço e visibilidade maiores na sociedade como uma alternativa ao mercado bancário tradicional. Hoje já somos mais de 10,5 milhões de cooperados nas cooperativas de crédito, sendo que 15% são pessoas jurídicas”, comenta.

“O entendimento que temos é de ter uma flexibilidade imediata no mercado de crédito a partir da validação do Cadastro Positivo. E em um cenário onde 84% das concessões é representada pelos cinco maiores bancos tradicionais do País, isso também se traduzirá em um estímulo para a competição do sistema”, afirma.

Desafios do setor

Os especialistas reiteram, no entanto, possíveis desafios ao setor. Para o diretor do Sicoob, uma adversidade pode ser a adaptação das cooperativas ao novo sistema e a comunicação com os consumidores, de forma a tornar visível as vantagens dessas mudanças.

“Além do desafio de integrar nossas bases e operações com o Cadastro Positivo e o de evitar segregações entre bons e maus pagadores, a comunicação com os consumidores para fazer com que essa alteração seja vista como uma vantagem e não como um problema será difícil”, diz Reposse Junior.

“De qualquer forma, assim como os birôs que vão fornecer as informações já estavam trabalhando nisso há muito tempo, o sistema inteiro também já se prepara para trilhar esse caminho da melhor maneira e a expectativa é de que os reflexos positivo desse novo ambiente poderão ser vistos já a partir de 2020”, conclui.

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