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Publicado em 21/08/2018

Capitalizada, Caixa deve expandir sua carteira de crédito comercial em 2019 (DCI)

Capitalizada pela incorporação de 75% de seu lucro líquido recorde de R$ 6,7 bilhões no primeiro semestre de 2018, a Caixa Econômica Federal terá mais capacidade de expandir sua carteira de empréstimos comerciais no próximo ano.

“A questão do capital está equacionada [resolvida]. E a Caixa pode começar a expandir novamente a carteira comercial em 2019”, apontou o vice-presidente de Finanças da Caixa Econômica Federal, Arno Meyer, ao detalhar, ontem à imprensa, o balanço financeiro do banco público.

Meyer explicou que a Caixa distribuiu 25% do lucro líquido do período para o acionista, o Tesouro Nacional. E incorporou a diferença (75%) no patrimônio da instituição. “O capital de nível 1 avançou 3 pontos percentuais para 12,5%, acima do requerido para Basileia para janeiro de 2019”, diz o vice-presidente.

Na prática, essa melhora em capital de nível 1 no indicador de Basileia permite que o banco público possa emprestar mais recursos em 2019, após um período de restrição entre 2017 e 2018.

Segundo o balanço divulgado ontem, nos últimos 12 meses até junho, a carteira de crédito comercial (pessoa jurídica e física) havia recuado 18,7%, de R$ 182,7 bilhões para R$ 148,6 bilhões.

O presidente da Caixa, Nelson Antonio de Souza, ressaltou que a instituição tem que estar atenta ao resultado financeiro, mas também em política social. “A Caixa vai continuar com seu papel de banco público, sem abrir mão de resultados financeiros. E qualquer recurso do Tesouro que volte contribui para o fortalecimento da instituição e do plano de negócios”, disse.

Antes de anunciar o lucro recorde de R$ 6,7 bilhões no primeiro semestre, a Caixa buscava um aporte de R$ 872 milhões do Tesouro. “Se voltar [essa parte dos dividendos referentes a 2017] vai ser melhor. Mas, graças ao nosso trabalho, a cada dia, a Caixa vai se distanciando disso, de um requerimento de capital”, diz Souza.

Meyer respondeu ao DCI, que não há mais necessidade de um aporte do Tesouro, uma operação que teria que ser aprovada pelo Congresso e incluída no orçamento. “A decisão de capitalizar a Caixa é do acionista. Se o Tesouro tiver o objetivo de alavancar a carteira de crédito, o capital será bem utilizado”, considerou.

Questionado pela imprensa sobre a restrição atual de financiamento para aquisição de imóveis usados na linha Pró-Cotista, o vice-presidente da área de crédito imobiliário, Paulo Antunes de Siqueira, respondeu que é o conselho deliberativo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que determina a quantidade de recursos para a linha de imóveis usados. “O crédito imobiliário está crescendo na Caixa. E como 85% das nossas linhas são com recursos do FGTS, temos as menores taxas de juros do País. E no SBPE (com recursos da poupança) para o SFH, (15% do total), temos taxas altamente competitivas”, disse o vice-presidente.

De acordo com o balanço, o saldo da carteira de crédito habitacional apresentou alta de 3,6% em 12 meses, totalizando R$ 437,5 bilhões em junho de 2018, dos quais R$ 250,9 bilhões com recursos do FGTS e R$ 185,6 bilhões com recursos da poupança. “A Caixa detém a liderança desse mercado com 69,3% de participação, ganho de 1,3 ponto percentual em 12 meses”, registrou o banco.

No primeiro semestre foram contratados pela Caixa, R$ 31,6 bilhões no Programa Minha Casa Minha Vida, o equivalente a 264.737 novas unidades habitacionais. Dessas novas moradias, 23,5% foram destinadas à faixa 1 do programa, a de menor renda mensal.

Números robustos

O lucro líquido da Caixa no segundo trimestre de 2018 alcançou R$ 3,464 bilhões, superior aos registrados pelo Banco do Brasil (R$ 3,24 bilhões), e o Santander Brasil (R$ 2,972 bilhões; mas abaixo do lucro contábil do Bradesco (R$ 4,528 bilhões, e do Itaú (R$ 6,24 bi).

No primeiro semestre, o lucro inédito de R$ 6,7 bilhões da Caixa também ficou acima do Banco do Brasil (R$ 6,26 bilhões), e do Santander (R$ 5,79 bilhões); e menor que os obtidos pelo Bradesco (R$ 8,995 bilhões) e Itaú (R$ 12,5 bilhões).

O vice-presidente de finanças da Caixa, Arno Meyer, atribuiu o resultado a redução de pessoal (-7,5%) e de outras despesas administrativas (-2,3%); e ao crescimento das receitas com prestação de serviços (+6,5%), na comparação com igual semestre de 2017.

A Caixa diminuiu sua exposição de captação em “crédito caro” que estava em CDBs (-23,8%) e Letras (-29,4%) como LCI, LCA, LH e LF; e boa parte desses investidores migraram para fundos de investimentos. Com isso, a receita com fundos aumentou 16,6% para R$ 1,077 bilhão no primeiro semestre do ano.

Outra contribuição para o resultado veio da economia de despesas de pessoal e administrativas, pois 3,8 mil pessoas aderiram ao programa de demissão voluntária (PDV).

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