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Publicado em 11/10/2016

Captações domésticas via emissão de títulos privados recuam 36% em 2016 (DCI)

A emissão de títulos privados no mercado doméstico - excluindo o leasing de bancos - recuou 36% de janeiro a setembro de 2016 para R$ 52,36 bilhões, ante R$ 81,89 bilhões em igual período de 2015. Mas a expectativa é melhor para o final do ano e início de 2017.

Os dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que o volume captado até setembro com investidores locais está no patamar mais baixo dos últimos sete anos. Ou seja, desde a crise global de 2009.

"A economia não está bem, mas o cenário para novas ofertas melhorou. Neste final de ano, há pelo menos R$ 6,5 bilhões em operações previstas", apontou o sócio da área de mercado de capitais do escritório Demarest Advogados, Thiago Giantomassi.

Ele aponta uma onda positiva para o mercado de capitais diante da expectativa de redução dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no dia 19 de outubro. "A tendência é que os juros sejam reduzidos, o que fortalece o mercado de capitais", prevê o executivo.

Segundo os dados divulgados pela Anbima, 90,3% das ofertas de renda fixa doméstica são indexadas à taxa de depósito interfinanceiro (DI), sendo que 51,1% do total pagam o DI mais um spread (prêmio), e 32,2% são referenciadas em percentuais do DI. A taxa de mercado estava ontem em 14,13% ao ano.

O diretor da Anbima, José Eduardo Laloni, confirma um cenário promissor para ofertas de títulos privados neste final de 2016 e para 2017. "Há uma movimentação do número de consultas - pipeline nos bancos - ainda em 2016. E devemos olhar para 2017 com uma expectativa melhor", diz.

Mas até o momento - exceto nas ofertas de bônus no exterior por grandes empresas - o mercado de capitais doméstico tem apresentado números ruins. A emissão de debêntures caiu 31,6% para o montante de R$ 30,38 bilhões até setembro, ante R$ 44,42 bilhões em igual período do ano passado.

Em notas promissórias, a queda foi de 46,75% para o volume de R$ 4,7 bilhões até setembro, ante o valor de R$ 8,85 bilhões em igual comparação. A oferta de direitos creditórios (FIDCs) também caiu 25% para R$ 3,07 bilhões até setembro, contra R$ 4,1 bilhões no mesmo período de 2015.

Nas captações via renda variável, ou seja, por meio da emissão de ações, os números são piores. As sete ofertas de alta de capital (follow-ons) na Bolsa de Valores somaram R$ 6,7 bilhões até setembro, queda de 61,5% em relação aos R$ 17,4 bilhões obtidos em igual período do ano passado.

"Na renda fixa, talvez, possamos igualar como o resultado no ano passado. Mas a captação em renda variável [ações] está muita fraca", considera Bruno Mastriani Simões Tuca, do escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados.

Assim como outros escritórios que cuidam de estruturações de ofertas públicas (ICVM 400) e restritas (ICVM 476), o profissional da Mattos Filho está confiante sobre a concretização de diversas operações nesse final de 2016. "Em certificados de recebíveis do agronegócio [CRAs], a expectativa é de R$ 3 bilhões", diz Tuca.

A Anbima que acompanha os dados dos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) notou que a emissão desse tipo de instrumento com garantias apresentou crescimento de 5,7% para R$ 7,5 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2016, na comparação os mesmos 9 meses de 2015.

Juros menores 

O diretor da Anbima, José Eduardo Laloni, ressaltou a importância da queda dos juros para o fortalecimento do mercado de capitais no Brasil. "Os indicadores apontam para um ano melhor em 2017 - queda dos juros; inflação menor; e programas de investimentos em infraestrutura", destacou.

Ele também contextualizou que a aprovação da proposta de emenda constitucional que estabelece um teto para o aumento dos gastos públicos (PEC 241) pelo Congresso pode proporcionar a redução estrutural dos juros no longo prazo. "No mundo todo, o investimento em infraestrutura depende do mercado de capitais", comparou Laloni. No Brasil, a emissão de debêntures de infraestrutura totaliza R$ 16,57 bilhões desde 2011.

Ernani Fagundes

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