CARTÕES DE CRÉDITO CADA VEZ MAIS PRESENTES NO SETOR

Realizada ontem (21/06), na sede do Sindicato, a palestra “Arranjos de Pagamentos - Antecipação de Recebíveis de Cartões de Crédito” apontou as novas possibilidades que se abrem às empresas do fomento comercial, após mais de 30 anos trabalhando, primordialmente, com cheques e duplicatas.

Na primeira parte do evento, o consultor jurídico do SINFAC-SP, Alexandres Fuchs das Neves, disse que o setor precisa se reinventar agregando novos produtos.

A duplicata, por exemplo, é um modelo de crédito dos anos 1960, ou seja, caminha para os 50 anos de idade, e mesmo tendo passado a circular em ambiente digital, preserva a essência do início.

Já os cheques tiveram 3,3 bilhões de lâminas compensadas em 1995, contra apenas algo em torno de 800 milhões em 2015.

“A ferramenta cartão de crédito e suas derivações sempre foram a menina dos olhos do setor. Mas deve-se ter em mente que os players dessa área estão no mercado há décadas, ou seja, não podemos querer inventar a roda”, observou.

O melhor a fazer, segundo Fuchs, é verificar as ferramentas hoje disponíveis e realizar, de acordo com a política do conheça o seu cliente, a evolução segura para esse novo produto.

Na segunda parte da palestra, o 2° vice-presidente do SINFAC-SP, Marcos Libanore Caldeira (Aquitânia Fomento Mercantil e TecPay) falou do potencial do mercado de cartões, mostrando como ele funciona e quais os valores envolvidos.

Ao abordar a relação entre fomento comercial e fintechs, o empresário disse que ela vem se estreitando, graças ao maior conhecimento que as factorings já têm sobre o que são e como funcionam as empresas que mesclam finanças e tecnologia.

“É claro, o mercado ainda vai ter de passar por uma experiência do ponto de vista comercial, do que é credenciar um estabelecimento para o uso de um terminal de pagamento, de um ponto de venda, mas o fomento já sabe que pode participar da antecipação de recebíveis de cartão de crédito e como isso acontece”, analisou Libanore.

Contudo, para o setor entrar de vez nesse nicho ele acredita que esteja faltando uma reorientação da visão comercial. “O segmento nasceu trabalhando com cheques do comércio e depois migrou, de forma bastante acentuada, para o recebível duplicata. Hoje, com a operação de cartão, ele tem que voltar a atenção novamente para aquele mercado atendido nos primórdios da atividade”, ponderou.

“A partir do momento em que o fomento verificar a necessidade de trabalhar de maneira específica e separada o produto cartão eu acredito que terá mais sucesso nessa abordagem comercial”, arrematou.

Grande interesse

No auditório era nítido o interesse despertado pelo tema em empresários como Thiago Correali (abaixo, à esq.), sócio da paulistana Signo Assessoria Financeira. “Vim à palestra ver as perspectivas de operação em um novo mercado, entender para onde está indo a tecnologia e começar a tentar mudar o direcionamento para atender as demandas dentro de um mercado cada vez mais moderno”.

Enquanto isso, Mario Perdigão (acima, à dir.), sócio da também paulistana Continental Banco, se dizia disposto a entrar no mercado de cartão de crédito, “fato que nos trouxe aqui hoje, juntamente com a nossa equipe jurídica, para analisar o produto”.

No seu entender trata-se de algo irreversível, que está chegando para ficar. “Com a evolução dos meios de pagamento, a tendência é a gente fazer uma operação mais eletrônica. O que se está buscando é volume, tirar aquela parte burocrática”, avaliou o empresário.

Fonte: Reperkut