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Publicado em 23/02/2017

Cooperativas projetam alta superior a 20% com maior procura de pequenos (DCI)

As cooperativas de crédito projetam crescimento superior a 20% nas concessões de crédito em 2017. Puxado principalmente pelos micro e pequenos negócios, 60% do volume de empréstimos de janeiro para empresas correspondem à antecipação de recebíveis.

Segundo os executivos ouvidos pelo DCI, a perspectiva do sistema cooperativo, que já tem crescido 20% ao ano é de avanço ainda maior.

O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), Edivaldo Del Grande, reforça que, com taxas mais baixas, as cooperativas conseguem “elevar a concorrência” no sistema financeiro. “Isso influencia positivamente os agentes bancários, sobretudo como balizadoras de preço e atendimento”, acrescenta.

Nesse sentido, tanto a demora dos bancos para o repasse da queda da taxa básica de juros (Selic) aos custos como a contínua restrição do setor também têm impulsionado o segmento cooperativo nas concessões, principalmente para pessoas jurídicas.

Dados do Banco Central (BC) apontam que enquanto as concessões totais saíram de R$ 343,3 bilhões em dezembro de 2015, para R$ 316,2 bilhões no mesmo mês do ano passado (uma queda de 7,8%), as taxas de juros foram de 29,8% para 32% (alta de 2,2 pontos percentuais).

“As cooperativas são diferentes. Se a redução esperada para a Selic acontecer na próxima reunião, é certeza que estaremos operando o primeiro trimestre deste ano com taxas bem menores do que as observadas em dezembro”, afirma Francisco Reposse Junior, diretor operacional do Sicoob.

Demanda PJ

Ainda com a sinalização de melhora da economia, os ânimos da parte de pessoas jurídicas no País tendem a se destacar no sistema financeiro.

Os últimos dados da Serasa Experian apontam que em janeiro, a demanda das empresas por crédito apresentou alta de 6,2% em relação a igual mês do ano passado. Do total, as micro e pequenas empresas foram as precursoras do movimento, com alta de 7,1% na mesma comparação.

Da outra ponta, porém, a demanda do consumidor apresentou um recuo de 1,6% na mesma comparação.

Segundo Adilson Felix, gerente de desenvolvimento e negócios do Sicredi, o movimento aconteceu porque as empresas querem “se preparar” para a possível retomada.

“A procura aumentou principalmente pelos novos entrantes. Do total de 86 mil novos cooperados de 2016, 25% foram de pessoas jurídicas”, aponta o executivo e reforça que, dentre os produtos, a antecipação de recebíveis mostrou o maior destaque.

“De todas as operações com pessoas jurídicas, cerca de 60% foi desse produto, não apenas pelas taxas mais atrativas do que as oferecidas pelo sistema tradicional, mas também pela isenção de IOF [Imposto sobre Operações Financeiras]”, complementa Felix.

A análise de crédito voltada para o risco, porém, ainda deve continuar forte.

Para Rodrigo Dias, consultor do ramo crédito do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de São Paulo (Sescoop-SP), apesar de a inadimplência ainda ser abaixo da média do sistema financeiro, ainda há cuidado na hora da concessão.

“Com a maior demanda, o olhar para o risco continua cauteloso. Inadimplência, por mais que baixa, ainda é uma parte que precisa de atenção”, analisa o consultor.

Para os especialistas, porém, as expectativas para o segmento cooperativo são “muito boas” para 2017. “A intenção é ampliar a capilaridade com investimentos em tecnologia e segurança e isso já tem atraído um grande número de pessoas”, avalia Lajyarea Barros, coordenadora de gestão e desenvolvimento do Sescoop-SP.

Isabela Bolzani

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