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Publicado em
09/05/2019
O colegiado salientou pela primeira vez que o arrefecimento da atividade observado no fim do ano passado no país teve continuidade no início de 2019. Mas afirmou que seu cenário básico contempla a retomada do processo de recuperação econômica gradual.
Como já havia feito na reunião anterior, em março, o comitê destacou em nota que quer observar a economia livre dos efeitos remanescentes dos choques que sofreu em 2018. Como novidade, acrescentou que precisa observar, em especial, a conjuntura "com redução do grau de incerteza a que a economia brasileira continua exposta". Essa avaliação não será concluída no curto prazo, disse o Copom.
O risco de que a ociosidade elevada da economia leve a inflação a ficar abaixo das metas no horizonte relevante para a política monetária - este ano e no próximo - aumentou em relação à reunião anterior.
O balanço de riscos para a inflação, contudo, permanece simétrico, ou seja, com risco equivalente de a inflação ficar abaixo ou acima das metas. Os fatores de risco "altistas" apontados pelo Copom seguem sendo a frustração com a aprovação das reformas e a deterioração do cenário externo para os emergentes.
Ao avaliar o cenário externo, o colegiado reafirmou que permanece desafiador. Se os riscos associados à normalização das taxas de juros em economias avançadas mostram-se reduzidos, aqueles associados a uma desaceleração da economia global permanecem.
O comitê destacou ainda que diversas medidas de inflação subjacente (núcleos de inflação, considerados menos voláteis) estão em níveis apropriados. Até a reunião passada, a avaliação era que os núcleos estavam em níveis apropriados ou confortáveis.
Com a decisão de ontem, o país vai bater o recorde de período sem alterações na taxa de juros. Serão pelo menos 456 dias, quase 15 meses completos, com a taxa Selic em 6,5% ao ano, menor patamar histórico. Até então, o prazo mais longo de juros estáveis aconteceu de julho de 2015 a outubro de 2016, quando o Copom manteve a taxa básica de juros por 448 dias em 14,25% ao ano.
Pesquisa feita pelo Valor com 62 economistas mostrou que 61 esperavam a manutenção da Selic nesta reunião, que foi a segunda comandada pelo novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Das casas consultadas, 22 apostavam em um corte da taxa até o final de dezembro.
O Copom volta a se reunir nos dias 18 e 19 de junho.