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Publicado em 17/08/2017

Crediário vira alternativa ao consumo e cresce 30% no primeiro semestre (DCI)

O volume de vendas no crediário teve um crescimento médio de 28% no primeiro semestre deste ano ante igual período de 2016. Com crédito bancário restritivo e alto desemprego, expectativa é que adesão ao produto apareça como alternativa ao consumo.

“O aumento do mercado informal e a redução de limites e prazos de crédito por parte dos bancos têm elevado a busca do consumidor por alternativas para continuar comprando. Neste cenário, o crediário, que é mais simples e fácil de conseguir, tem ampliado seu leque de adesões”, explica o vice-presidente comercial da MultiCrédito, Flávio Peralta.

Ele reforça que, dentro dos índices do mercado, tanto o volume de vendas quanto a base de clientes contribuíram para o crescimento médio de 28% do produto no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2016.

Na mesma linha, apesar de os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstrarem o primeiro recuo no número de desocupados desde 2014 – de 14,2 milhões de janeiro a março para 13,5 milhões no segundo trimestre -, o Banco Central aponta que os empréstimos ainda têm queda de 4,5% nos 12 meses encerrados em junho.

Um estudo divulgado ao DCI pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que dos consumidores que utilizam a modalidade do carnê ou do cartão de loja, 14,3% acreditam que a maior vantagem é poder fazer compras mesmo sem o dinheiro na hora. O valor representa alta de 5,9 pontos percentuais (p.p.) no primeiro semestre deste ano ante os seis primeiros meses de 2016 (8,4%).

Outros 13,1% veem vantagem em utilizar os produtos para ganhar descontos no valor total das compras, aumento de 8,8 p.p. na mesma relação (estava em 4,3% no primeiro semestre do ano passado).

Além disso, ainda de acordo com a pesquisa do SPC Brasil, houve uma queda de 10 p.p. nos consumidores que não acreditam ser vantajoso utilizar tais modalidades para consumo (de 12,8% para 2,8%).

O movimento, da outra ponta, também afeta os lojistas. Segundo o co-fundador e diretor da Meu Crediário, Jeison Schneider, além de a restrição bancária ter contribuído para levar o consumidor de volta ao crediário, o movimento também colaborou para que o varejo investisse em novas formas de venda e fidelização.

“O consumidor preferiu manter o cartão de crédito voltado para compras essenciais, como mercado e combustível, e passou a usar o crediário em lojas nas quais já tinha algum tipo de relacionamento, aproveitando os juros mais baixos e os benefícios da modalidade”, pondera o executivo e completa que isso também acaba sendo bom para o lojista.

“O dono de loja consegue fazer promoções e flexibilizar prazos para efetivar a venda e fidelizar o cliente até para quando a crise estiver no fim. Ele conseguir manter o cliente comprando na loja e nas condições dele por mais tempo”, acrescenta Schneider.

“Câmera lenta”

Na contramão, porém, os especialistas reforçam a necessidade de cautela com os produtos de crediário e até mesmo o cartão de loja, ambos com inadimplência acima da média das linhas bancárias.

“O crediário exige que o consumidor se desloque até a loja ou o banco para pagar e isso também colabora para a alta inadimplência”, explica Peralta. Ele afirma, porém, que os níveis de calotes já demonstraram uma leve queda em julho com relação a junho.

“Isso reflete o cuidado do consumidor em manter o instrumento saudável para ter local de consumo. A expectativa é que esse índice caia nos próximos meses”, completa.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, contudo, tanto o ambiente político do País como o orçamento ainda apertado do consumidor ainda podem influenciar a adesão pelos produtos.

“É preciso lembrar que a primeira rodada forte de contratações terá salários menores e o risco político traz muita incerteza. Vemos sinais incipientes de retomada, mas é tudo ainda em câmera lenta, porque a melhora fica só para o ano que vem”, conclui Kawauti.

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