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Publicado em 10/12/2020

Crédito e auxílio emergencial turbinam recorde em vendas do varejo (Valor Econômico)

O volume de vendas do varejo restrito (exclui mercados de automóveis e materiais de construção) em outubro, que avançou 0,9% ante setembro, foi o maior da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada no ano 2000. Esse também foi o terceiro mês seguido de recorde na série.

De acordo com os técnicos do órgão, esse movimento está associado primeiro à expansão do crédito e, depois, ao auxílio emergencial. Embora o benefício tenha sido reduzido à metade em outubro, ainda sustentou a demanda do consumidor final naquele mês, dizem os especialistas.

“O crescimento das vendas do varejo nos últimos dois meses está muito relacionado à expansão do crédito para pessoa física, que têm crescido com alguma intensidade e avançou 4,6% em outubro. Para a pessoa jurídica, essa concessão tem até caído, mas é o crédito à pessoa física que rebate mais nos números do varejo”, afirmou o técnico do IBGE Cristiano Santos. O órgão divulgou, na manhã desta quinta-feira, sua Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Na leitura de Santos, o auxílio emergencial também surge como fator de influência, aumentando o poder de compra das famílias. Entretanto, como foi reduzido em outubro, seu peso no aumento das vendas teria sido menor que o verificado em meses anteriores.

“O auxílio emergencial ainda tem uma influência positiva sobre o comércio, mas com menor intensidade. Embora 30% dos domicílios contemplados tenham recebido só a metade do valor original do benefício em outubro, ele continua incrementando a renda. Dados da Pnad Covid (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD COVID19) mostram que o rendimento médio das famílias continua 3% superior ao que seria sem o auxílio”, afirma Santos.

Por outro lado, diz o especialista, a alta no varejo teria sido ainda maior não fosse a inflação dos alimentos, que tem afastado um pouco o consumidor das gôndolas, ainda que o consumo de itens de primeira necessidade tenha natureza resiliente.

“A pressão inflacionária dos alimentos refreou um pouco a atividade do varejo. O comércio de alimentos tem um peso muito grande no resultado do varejo, de 46,9%. O indicador da PMC acaba girando um pouco em torno da contribuição dos supermercados, e as taxas apertadas dessa atividade em outubro ajudou a segurar o volume de vendas, que poderia ter registrado crescimento acima dos 0,9%”, afirmou.

Na comparação com mês imediatamente anterior, a atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caiu em agosto (-2,1%) e setembro (-0,3%) e teve alta de 0,6% em outubro. Embora considerada tímida, essa taxa foi a que mais influenciou o indicador geral do comércio em outubro. Apesar da desaceleração dos últimos meses, o ramo acumula crescimento de 5,7% no ano e 4,5% em doze meses. Santos, do IBGE, lembra que o setor não foi prejudicado pela crise sanitária, pois os estabelecimentos permaneceram abertos mesmo durante os meses mais agudos da pandemia.

Em outubro, o patamar de vendas ficou 2,8% acima do registrado no mês de outubro de 2014, o mais alto até o início da pandemia de covid-19. As altas anotadas no setor em agosto e setembro desse ano, porém, já haviam superado aquele nível de vendas. Agora, as vendas do setor estão 1,3% acima do patamar de agosto, o primeiro mês de quebra de recorde histórico.

Cristiano Santos afirma que, em seis meses de altas seguidas, o setor acumula crescimento de 32,9%, após as quedas de março (-2,5%) e abril (-16,6%), dois meses mais agudos da crise sanitária.

Santos diz que essa sequência de seis resultados positivos para o varejo nesse ano só se compara às sete altas seguidas na margem registradas entre março e setembro de 2013. Quanto ao resultado de outubro, o especialista informou se tratar do maior da série, juntamente com o de outubro de 2015, quando também houve alta de 0,9%.

Com relação ao varejo ampliado, que inclui automóveis e autopeças e material de construção, os níveis históricos não se repetem e o patamar alcançado em outubro deste ano ainda está 1,6% abaixo do recorde registrado em agosto de 2012.

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