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Publicado em 23/11/2017

Diante de juro baixo, investidor decide se arriscar mais com a renda variável (DCI)

Diante do juro baixo em aplicações de renda fixa – taxa Selic em 7,5% ao ano – o investidor já arrisca mais em carteiras de renda variável, principalmente em multimercados e fundos de ações.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) confirmam que a captação líquida em fundos de investimentos de maior risco praticamente se iguala a da renda fixa, antes considerada atrativa por causa de anos de juros altos.

A captação em multimercados atingiu R$ 93,81 bilhões – e somada a entrada de R$ 7,79 bilhões em fundos de ações – o total de R$ 101,6 bilhões nessas carteiras supera os R$ 94,22 bilhões de aportes na renda fixa no ano até 16 de novembro último.

O equilíbrio entre as duas forças (fixa x variável) ainda existe devido à performance da previdência renda fixa que atraiu R$ 24,358 bilhões no mesmo período, contra o valor de R$ 14,074 bilhões da previdência multimercados.

Mas quando incluído o montante de R$ 1,678 bilhão em recursos captados por Exchange Trade Funds (ETFs) – também chamados de fundos de ações indexados a índices de referência e negociados na B3 (bolsa de valores) -, as carteiras de renda variável totalizam R$ 118 bilhões, ante a soma de R$ 118,5 bilhões das carteiras de renda fixa. “Em 2013, quando a Selic esteve em 7,25% ao ano, o investidor foi muito restritivo em migrar para a renda variável. Atualmente, estamos vendo uma captação mais forte, principalmente para multimercados”, observou o analista de fundos da gestora Guide Investimentos, David Rocha.

De fato, entre outubro de 2012 e abril de 2013, a taxa básica de juros (Selic) ficou na mínima histórica de 7,25% ao ano, mas o movimento durou pouco devido à inflação em elevação, e os juros voltaram a subir gradualmente até atingir 14,25% ao ano e permanecer neste patamar até 19 de outubro do ano passado.

“Com a queda dos juros nos últimos 12 meses – para 7,5% ao ano – temos fundos DI rendendo 6,5%. Isso leva o investidor qualificado para renda variável”, afirma o sócio-diretor da GGR Investimentos, Telêmaco Genovesi Júnior.

Nesse ambiente de rentabilidade de juros próximos ao da poupança, as carteiras de ações e multimercados podem entregar um retorno de 150% a 200% do DI. “2018 será um ano complicado por causa das eleições. Não se consegue dizer um nome para a campanha presidencial”, avisa Telêmaco Júnior sobre os riscos do cenário para o próximo ano.

O executivo contou que os gestores de fundos de ações estão trabalhando com o Ibovespa em seu topo histórico, mas que ainda há a possibilidade de alcançar o patamar de 80 mil pontos. “A aprovação da reforma da previdência é um ponto de interrogação”, disse.

Na visão do gestor de renda variável e multimercados da Mapfre Investimentos, Thiago Mendes, até o junho do próximo ano, o cenário é considerado positivo. “Os números da economia estão mais animadores com a saída da recessão, o aumento das contratações, a indústria começa a melhorar, e a inflação está comportada”, enumerou o gestor da Mapfre.

Volatilidade e oportunidade

Mas a partir de junho de 2018, com a campanha eleitoral, Mendes diz que o mercado será dominado pela volatilidade. “Um bom gestor saberá aproveitar as oportunidades com a volatilidade elevada”, afirmou.

Os dados da Anbima mostram que as carteiras mais arriscadas tiveram bom desempenho nos últimos 12 meses. Fundos de small caps – de ações com menor pulverização no mercado, por exemplo – tiveram retorno de 36,28%.

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