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Publicado em 13/06/2017

Empresa resiliente é opção para época de instabilidade (Valor Econômico)

O ano começou bem para os fundos de ações. Depois de liderar o ranking de rentabilidade nos primeiros meses de 2017, os investidores já pensavam que o pior da crise econômica havia ficado para trás. Mas o bom tempo se fechou com a tempestade política deflagrada pelas delações da JBS, implicando o presidente Michel Temer, e a bolsa despencou em 18 de maio, acionando o circuit breaker.

Entre todos os tipos de fundos, os de ações foram os mais machucados em maio, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nenhuma modalidade escapou do vermelho: a maior perda ficou com os indexados (- 3,78%) e a menor, com os de investimento no exterior (- 0,42%).

“Muita calma nessa hora” é o conselho básico dado pela maioria dos gestores. Quando se olha o desempenho no ano e nos últimos doze meses, o saldo ainda é positivo. “Acredito que nesses momentos de tensão e indefinição o melhor é não realizar mudanças bruscas de posição. Se houver necessidade de diminuir risco, o ideal é através de estruturas de proteção, utilizando derivativos, como índice futuro ou opções de venda”, diz Alexandre Silvério, CIO da AZ Quest. Para ele, a perspectiva de longo prazo é benigna para o Brasil, mas, no curto prazo, a maior volatilidade dos ativos requer cautela, especialmente com ações que dependem da recuperação econômica.

Marcos Peixoto, gestor de renda variável da XP Gestão, diz que a tendência é se posicionar em ativos que não dependam muito da atividade econômica. “No nosso caso possuímos as principais posições nos setores elétrico, de saneamento, saúde e celulose, que são pouco correlatos com o nível de atividade. Além disso, sempre estamos atrás de “hedges” para proteger o portfólio em situações como essa”, diz o gestor, acrescentando que empresas exportadoras são as candidatas naturais para essa função. Segundo Peixoto, o fundo de dividendos da XP subiu 0,74% no mês enquanto o fundo de ações livre caiu 0,81 %, o que ele considera uma boa performance em relação ao Ibovespa, que caiu 4,12%.

Diretor de investimentos da Bram, asset do Bradesco, Ricardo Almeida, diz que, passados alguns dias do choque da delação da JBS, o cenário está menos incerto mas ainda demanda cuidado. “A decisão do Copom indicou que apesar da instabilidade política, parece que estamos vivendo um momento de estabilidade econômica. Vemos que ainda há alguma agenda de reformas e a equipe econômica continua intacta”, diz ele.

Por outro lado, Almeida diz que a instabilidade política pode comprometer a expectativa de crescimento. “Isso não é bom para bolsa e aquele cenário que era muito favorável para ações do tipo small caps acaba sendo prejudicado, porque são empresas mais alavancadas em crescimento”, afirma.

Almeida diz que é fundamental ter uma carteira balanceada, levando em consideração os objetivos do investidor. “Temos gostado muito de uma estratégia que combina nossos fundos de dividendos com os small caps. Neste ano, até o fechamento de maio, registramos small caps com alta de 15,40% e dividendos, com 10,30%. Uma combinação dos dois estaria dando cerca de 12%, já livres de taxas, contra um Ibovespa de 4% no ano.”

Para Carlos Eduardo Rocha, sócio e responsável da asset da Brasil Plural, o importante agora é que os investidores procurem fundos de ações que possam ser bem-sucedidos em diferentes cenários e que não incluam empresas muito alavancadas. “É preciso evitar fundos com empresas que ganham em um cenário só”, diz ele, citando empresas do setor bancário e de consumo.

O superintendente de renda variável do Santander, Roberto Reis, diz que muitas empresas fizeram o dever de casa nos anos mais fortes da crise e que persistem como boas escolhas. “As empresas que escolhemos para nossos fundos têm boa governança corporativa e estão preparadas para a retomada do crescimento. Um exemplo é o de algumas empresas de consumo que no primeiro trimestre apresentaram ótimos resultados.”

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