FECHAR

Imprimir
Publicado em 01/08/2017

Empresas levantam dinheiro novo na bolsa para reforçar caixa (Valor Econômico)

As empresas brasileiras captaram cerca de R$ 16 bilhões na bolsa de valores neste ano para reforçar o caixa. Isso equivale a cerca de 66% do volume total movimentado pelas companhias com ofertas de ações, que foi de R$ 24,1 bilhões.

Das 13 operações concluídas até agora, apenas duas delas não tiveram como objetivo captar recursos novos. No lançamento inicial de ações do IRB Brasil, os acionistas vendedores – o governo, três bancos e alguns fundos de pensão – conseguiram levantar R$ 2 bilhões em uma operação que avaliou a maior resseguradora do país em R$ 8,5 bilhões. Já na oferta subsequente do Santander Brasil, o fundo soberano do Catar – o Qatar Holdings – reduziu sua bilionária fatia na instituição financeira, embolsando R$ 2,3 bilhões.

Afora essas duas transações, as demais 11 ofertas de ações tiveram como objetivo, pelo menos parcialmente, angariar recursos novos para as companhias.

Em muitas situações, o dinheiro serviu para o pagamento de dívidas de companhias com nível de alavancagem elevado, mas não são poucos os exemplos de transações que também engordaram o bolso das empresas que queriam investir. Essas histórias chamam a atenção, já que o Brasil passou por dois anos de contração da economia.

Para Alessandro Zema, corresponsável pelo banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil, as empresas estão se antecipando a um eventual reaquecimento da atividade, porque estão encontrando interesse dos investidores tanto por companhias que vão estrear na bolsa de valores quanto por aquelas que já estão listadas. A eleição no próximo ano também faz com que as empresas acelerem as captações.

“Quando se fala de emissão de ações, nem sempre o emissor pode escolher quando fazer. Ele aproveita a oportunidade que se abre”, afirma Zema. Segundo ele, a conclusão dos IPOs de Carrefour, Biotoscana, Omega Geração e IRB Brasil nas últimas duas semanas mostraram que a temporada permanece aberta para novas transações.

As companhias Alupar e Omega foram à bolsa porque pretendem adquirir ativos de energia. A CCR também colocou mais ações à venda e levantou R$ 4 bilhões numa oferta subsequente com vistas a aumentar seu portfólio de investimentos em infraestrutura.

Fora do setor de infraestrutura, a empresa de diagnósticos médicos Hermes Pardini, a varejista Lojas Americanas, as companhias de shopping centers BR Malls e de desenvolvimento imobiliário BR Properties também receberam recursos para tocar seus projetos de investimento.

Do lado de quem recorreu aos investidores da bolsa mais para pagar dívidas estão, por exemplo, a varejista Carrefour e a fabricante e distribuidora de medicamentos Biotoscana, controlada pela gestora de fundos de private equity Advent International.

Além de dar saída parcial ao grupo francês de supermercados, que vendeu uma fatia de suas ações, o IPO do Carrefour serviu para a subsidiária brasileira quitar dívidas com a matriz de R$ 2,8 bilhões em mútuos que venciam no ano que vem. A operação diluiu o grupo Carrefour, mas deixou a empresa brasileira menos alavancada, o que também abre espaço para a companhia fazer mais investimentos no futuro.

Apesar do momento favorável às emissões, nem todas as companhias estão conseguindo concretizar suas ofertas de ações. Magazine Luiza, Tivit e Ser Educacional acabaram desistindo dos planos.

Video institucional

Cursos EAD

Fotos dos Eventos

Sobre o Sinfac-SP

O SINFAC-SP está localizado na
Rua Libero Badaró, 425 conj. 183, Centro, São Paulo, SP.
Atendemos de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas.