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Publicado em 12/05/2020

Empréstimo entre pessoas físicas é opção em meio à pandemia. Saiba como funciona (PEGN)

Pedir dinheiro emprestado a um amigo ou um parente tem sido uma alternativa para pessoas físicas e microempresários nesta crise do novo coronavírus. Para quem não tem essa possibilidade de crédito, o mercado oferece uma opção similar: o empréstimo entre pessoas.

Regularizada pelo Banco Central (BC) desde 2018, a modalidade teve um aumento na procura no último mês, segundo o setor. A ideia é conectar pessoas que precisam de dinheiro a pessoas que têm recursos para financiar o outro. Os juros são mais baixos para o tomador e atrativos para o investidor que busca retorno.

Hoje, há cinco empresas no mercado autorizadas pelo BC a atuarem como sociedades de empréstimo entre pessoas (SEPs), e outras cinco estão com pedidos de autorização em análise. Há fintechs do gênero que dão crédito apenas a pequenas empresas; e outras, a pessoas físicas, ou os dois.

Essas plataformas fazem uma análise do perfil do interessado em pegar crédito ou emprestar e, em geral, só permitem a entrada de bons pagadores. Depois, a pessoa ou a empresa é classificada com uma nota de A a E. Quanto melhor o conceito, menores serão os juros cobrados.

— Quando criamos a empresa, a ideia era fazer algo comunitário. Durante essa pandemia, vimos dobrar o fechamento de negócios. E percebemos que parte dos investidores também busca um investimento om propósito — afirmou Marcelo Villela, cofundador do Bullla.

Para especialistas, a alternativa é interessante para aumentar a concorrência no mercado. O tomador tem a possibilidade de conseguir crédito, e o investidor de obter remuneração por juros mais atrativos do que a atual taxa básica (Selic) a 3% ao ano. No entanto, o risco é alto.

— Ter mais gente no mercado de crédito é fundamental. Mas, neste momento de crise, é natural a inadimplência piorar, tanto para os bancos quanto para essas fintechs. Por tanto, o risco é alto. Para investir, é importante aplicar pouco dinheiro e diversificar — sugeriu Cristiano Correa, professor de Finanças do Ibmec/SP.

Outros especialistas recomendam analisar as empresas antes de entrar.

— Para ambos, tomadores e investidores, a recomendação é que se busque para esse tipo de operação fintechs que têm a licença de SEP. Essa licença autoriza conexão do investidor à pessoa física ou jurídica que toma recursos, com o intuito de legitimar a operação, trazendo mais segurança — analisou a planejadora financeira Paula Sauer.

Para outras pessoas, esse pode ser um instrumento para ajudar o próximo na crise.

— Notamos, neste último, mês uma busca mais consciente e planejada de crédito. Temos empregadores financiando seus empregados por meio de crédito consignado na nossa plataforma. O empréstimo entre pessoas está começando e poderá, especialmente neste momento, fazer diferença — disse Gabriel Pérgola, fundador e presidente da empresa up.p.

Algumas dessas fintechs também tomaram a iniciativa de criar linhas especiais para o momento da crise do Covid-19. Dessa forma, é mais fácil ajudar quem precisa sem correr muitos riscos.

A Mova criou uma linha de empréstimo pessoal com juros entre 1,22% e 1,99% ao mês e 24 meses para pagar. Os clientes que não conseguirem pagar uma parcela nos primeiros três meses também poderão liquidá-la no final do contrato, sem multa ou juros de mora. A transação é realizada toda on-line e atende todo o Brasil.

A fintech também montou um sistema para agrupar centenas de créditos em um mesmo investimento. Desta forma, o risco de inadimplência fica reduzido. E é possível aportar a partir de R$ 10.

— Ao tirarmos o banco do meio da operação, o ganho que ficaria com ele pode ser dividido entre investidores e pessoas que precisam de crédito. Ou seja, a operação que não compensa para o sistema tradicional passa a fazer sentido para nós — explicou Roberto Tesch, presidente da Mova.

Já a Mutual criou uma linha para ajudar os trabalhadores autônomos e microempreendedores individuais (MEI) que podem ter suas rendas reduzidas. Esse grupo pode se cadastrar no aplicativo e solicitar crédito, no valor máximo de mil reais, e pagar a primeira parcela do crédito somente 90 dias depois. A taxa de juros utilizada na operação será de 1% ao mês.

Quem investir nesses empreendedores inclusive um amigo, familiar ou conhecido, serão identificadas com um selo especial na plataforma.

— Nosso objetivo é ajudar principalmente o MEI. Não estamos ganhando nessa operação, apenas criando a ponte — afirmou Victor Fernandes, cofundador da Mutual.

Já a Nexoos criou uma iniciativa para ajudar empresas que não conseguem crédito a ter uma estrutura gratuita que permitirá a criação de um site próprio para anunciar e vender seus produtos e serviços na internet. O objetivo é dar liquidez a elas, o que inviabiliza o crédito algumas vezes.

Será apenas cobrado uma porcentagem do custo transacional do que for vendido. As vendas serão feitas diretamente na plataforma da Nexoos, e poderão ser pagas via boleto bancário. O valor é depositado assim que o pagamento é aprovado, ou seja, em média, dentro de dois dias úteis. Para se cadastrar, basta se inscrever no site da empresa.

— Como somos uma plataforma de crédito e uma instituição financeira, queremos oferecer a estrutura que temos para ajudar o pequeno empreendedor a sobreviver a esta crise — afirmou Nicolas Arrellaga, sócio e cofundador da Nexoos.

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