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Publicado em 02/02/2017

Empréstimos on-line ganham fôlego e podem auxiliar na redução de spreads (DCI)

 

Com crescimento mensal de dois dígitos impulsionado pela demanda por consolidação de dívidas, plataformas de empréstimo on-line projetam reduzir spreads bancários por meio de competitividade ao longo de 2017 e planejam “expansão forte e rápida”.

A busca por créditos mais longos e baratos como forma de trocar as dívidas existentes apareceu como reflexo da queda na renegociação por parte dos bancos que, mais restritivos, “enxugaram” empréstimos do mercado.

Os últimos dados do Banco Central (BC) apontam que, em dezembro, o crédito renegociado mostrou retração de 32,6% frente igual mês de 2015 (de R$ 3,229 bilhões para R$ 2,174 bilhões).

Da outra ponta, porém, com taxas que começam em 20% ao ano no crédito pessoal (contra a média de 53,8% ao ano, divulgada pelo BC), as plataformas on-line despertaram a atenção para os consumidores que precisavam consolidar dívidas.

Para Marcelo Cimapolini, CEO da Lendico, são as taxas menores que, não apenas promovem uma mudança no “gosto do consumidor”, mas também uma maior competitividade com os bancos.

“Estamos viabilizando a maior redução dos spreads bancários, exatamente, por oferecermos taxas mais justas. Além disso, há uma demanda reprimida por empréstimo na internet”, identifica.

A Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), formada por empresas do setor em novembro do ano passado, inclusive, já dialoga com o BC para promover melhores regulações ao segmento.

“Tem muitas coisas a serem aperfeiçoadas. Estamos passando por uma mudança no movimento prioritário dos bancos mas, ainda assim, a discussão infindável sobre a redução dos spreads pode tomar um caminho diferente”, afirma Rafael Pereira, presidente da ABCD e diretor-executivo da Simplic.

Mudança de configuração

Ainda de acordo com executivo, foi a mudança no perfil dos consumidores que também proporcionou o maior crescimento das plataformas.

“O nosso cliente é uma pessoa que, antes da crise se aprofundar, não usava crédito mas que, com diversas dívidas conquistadas ao longo de 2016, viu nesse segmento um benefício com taxas mais competitivas e oferta de longo prazo”, exemplifica Cimapolini.

A última pesquisa da Lendico aponta que, em novembro e dezembro, 52,1% do total de clientes que solicitam crédito on-line, pediam por transferência de dívidas.

“Isso acontece porque um pequeno empresário, ou até mesmo o consumidor que é bom pagador, não consegue essas condições nos grandes bancos”, avalia Felipe Zullino, diretor de desenvolvimento de novos negócios da BankFacil.

Ele ainda reforça que, nesse sentido, o brasileiro é “mau-endividado”. “É preciso mudar a configuração de endividamento. O consumidor paga altos juros no curto prazo e muitos acabam endividados porque não recebem a oferta de algo mais justo e coerente para o seu perfil de crédito”, completa Zullino.

Segundo Sandro Reiss, fundador da Geru, o cliente das plataformas tem entre 25 e 45 anos, e cerca de 70% possui nível superior e forte contato com os meios digitais.

“Os nossos índices mais baixos de inadimplência ajudam, mas o crescimento vem mais da restrição dos grandes players e da falta do produto com preço certo no mercado”, afirma o fundador.

Para Pereira, presidente da ABCD, lidar com todas as vertentes do mercado “exige uma disciplina e pragmatismo muito fortes” e que, nas conversas da associação com o Banco Central (BC), “notou-se que não há mágica a ser feita”.

“O amadurecimento total do mercado ainda demora de cinco a 10 anos para chegar, mas a disposição é de trabalhar nas melhores soluções para eficiência de crédito”, afirma.

“A média de crescimento desse setor foi 20% em 2016 e para este ano, essa luta continua. Pelo menos 15%, acho que dá pra manter” , completa Cimapolini, da Lendico.

Isabela Bolzani

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