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Publicado em 24/04/2018

Evolução dos calotes tende a ter mudanças (DCI)

O volume de consumidores registrados como inadimplentes acelerou pelo sexto mês seguido e cresceu 3,13% no último mês de março na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado em 12 meses, porém, a taxa apresentou queda de 5,2%.

Em termos absolutos, aproximadamente 62,1 milhões de brasileiros encerraram o primeiro trimestre de 2018 com restrições no CPF, segundo os dados divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A manutenção da alta taxa de inadimplência se dá por dois principais motivos: a lenta recuperação do mercado de trabalho e a revogação da legislação que exigia o envio de uma carta com Aviso de Recebimento (AR) antes de efetivar o registro de atraso de débitos, aprovada no final do ano passado.

“O País está saindo da recessão, mas o mercado de trabalho, variável mais importante para o consumidor, ainda não apresentou melhora significativa, dificultando assim a retomada do poder de compra de grande parcela dos brasileiros”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Segundo ela, o cancelamento da notificação contribuiu para uma “percepção mais real da falta de dinheiro do consumidor por agilizar o cadastramento de negativados”.

Por outro lado, a inadimplência do consumidor caiu 5,2% no acumulado 12 meses (abril de 2017 até março de 2018, em relação aos 12 meses antecedentes), de acordo com dados nacionais da Boa Vista SCPC. Com esse cenário, as previsões para o decorrer do ano são cautelosamente positivas. A partir do segundo semestre a taxa de inadimplência deve começar a ceder, mas pode ser afetada pela instabilidade do cenário econômico. “Com a indefinição eleitoral as empresas estão adiando contratações e investimentos, o que atinge o mercado de trabalho e consequentemente a renda do consumidor”, afirma Marcela.

Perfil

Ainda segundo os dados da SPC Brasil, é na faixa etária entre 30 e 39 anos que se observa a maior incidência de brasileiros negativados, sendo a maioria do sexo masculino. Mais da metade da população compreendida nesta faixa etária (51%) possui contas em atraso, totalizando aproximadamente 17,6 milhões de pessoas. Tal liderança se explica pelo fato de que, geralmente, nessa idade as pessoas já são chefes de família e têm um número maior de compromissos a pagar, como aluguel, água, luz, entre outras despesas domésticas.

Na parcela com idade entre 40 e 49 anos, 49% está negativada, totalizando 13,8 milhões de consumidores. Entre os mais jovens, com idade entre 25 e 29 anos, o percentual também é elevado: 46% deste grupo está inadimplente, somando mais de 7,9 milhões.

Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 31% e na população mais jovem, de 18 a 24 anos, os inadimplentes representam 20%.

A análise por região mostra que o Sudeste concentra o maior número de negativados, com 26,94 milhões de pessoas. Em seguida, aparecem o Nordeste (16,58 milhões), o Sul (8,12 milhões), o Norte (5,54 milhões) e o Centro Oeste (4,97 milhões). Já analisando o número como proporção da população de cada região, o destaque é da região Norte, com 46% da população adulta negativada. O menor patamar é a da região Sul (36%).

Considerando somente o percentual da população adulta, nota-se que as regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste possuem a maior concentração de inadimplentes. “Essas são as regiões sofreram mais com a crise e o alto nível de desemprego, além de receberem menos repasses”, explica Marcela Kuwait ao DCI.

Os dados por setor credor mostram que as dívidas que mais cresceram em março são as contas de telefone, TV por assinatura e internet, cuja alta observada foi de 7,76% na comparação anual, seguidas pelas dívidas bancárias, com crescimento de 4,83%. Em termos de participação, mais da metade (51%) das dívidas em atraso registradas no Brasil são com bancos ou demais instituições financeiras.

Segundo a economista, o brasileiro precisa se reeducar financeiramente. “A maior parte das pessoas prioriza o pagamento de contas de valor menor e depois as com taxa de juros mais baixas, quando deveria preferir contas com corte de serviços, como luz, e contas com taxas mais altas”, conclui.

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