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Publicado em 02/03/2017

Fintechs e digitais se recriam para enfrentar concorrência (DCI)

Recém surgidos no sistema financeiro brasileiro, bancos digitais e fintechs já passam pela necessidade de se reinventar para superar o “monopólio bancário”. Apesar de obstáculos como confiança e regulação, expectativa é de crescimento até 2020.

De um lado, fintechs e bancos digitais dobraram de tamanho em um ano ao ofertar produtos e serviços com preços bem inferiores ao mercado doméstico e pela isenção de taxas. Do outro, grandes instituições se movimentam para ultrapassar ou absorver essas iniciativas e ganham, por solidez e confiança, em volume de clientes e opção dos consumidores.

De acordo com Pedro Conrade, CEO do Banco Neon, apesar do crescimento exponencial dessas iniciativas, as dificuldades impostas pelo sistema desaceleram o segmento.

“É um business que está na mão de poucos há muito tempo. É um mercado fechado. Montar algo 100% independente é muito difícil”, identifica.

Para Augusto Lins, CEO da Stone, porém, as fintechs tem aumentado o “grau de competição” do sistema financeiro. “Os novos serviços têm exigido uma melhora no sistema”, afirma.

Na outra ponta, a Associação Brasileira das Fintechs (ABFintechs), criada em outubro de 2016, já se aventura a aumentar a participação entre o Banco Central (BC) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“O problema é que há um ‘monopólio’, que tenta limitar os novos e pequenos que estão chegando”, avalia João Barcellos, CEO da MundiPagg.

O executivo reforça, porém, que “uma hora, os grandes precisarão ceder”. “O futuro pertence às escolhas do usuário, e cada vez mais as fintechs libertam o sistema do poder e limitação desses players”, acrescenta Barcellos.

Segundo Marco Tulio, diretor executivo do Banco Intermedium, o avanço é “irreversível”. “Os grandes terão de se adaptar. Não tem volta, alguns vão mais rápidos e outros, mais lentos, mas todos se movimentarão.”

‘Grande Interesse’

Já nos grandes bancos, a tentativa de acompanhar tal inovação tem ganhado “prioridade”.

“A transformação digital, vivida pelas instituições, exige que os bancos invistam cada vez mais em oferecer experiências diferenciadas”, pondera Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

O “divisor de águas”, contudo, é a crescente “cooperação” feita entre os grandes e as fintechs, em uma troca mútua de serviços e volume de clientes. No Santander, por exemplo, a absorção do iZettle e a busca por novas parcerias tem ditado a atuação do banco na área.

“A relação com essas empresas é uma oportunidade de novos negócios. O banco não coloca mais sua necessidade à frente do usuário, é uma mudança de direcionamento. “, avalia Cassius Schymura, diretor de CRM [Customer Relationship Manager] da instituição.

Para Barcellos, porém, apesar de ainda ser necessário progresso na cultura do brasileiro, as novas gerações impulsionarão o segmento. “Já estamos nos tornando protagonistas e, em três anos será possível ver mudanças”, completa o executivo.

“Os bancos acompanham com interesse o desenvolvimento das fintechs, porque essas inovações contribuem para a expansão e aumento da qualidade do serviço bancário”, completa Fosse, da Febraban.

Isabela Bolzani

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