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Publicado em 14/12/2017

Fintechs: Novas ferramentas ampliam capacidade de captação de contas (Valor Econômico)

Com a abertura de duas mil contas por dia e a meta de atingir 1 milhão de correntistas em 2018, a velocidade com que o Banco Inter avança espelha a força que ganharam os produtos e serviços digitais dentro do setor financeiro. É uma tendência recente no Brasil, mas que vem se acentuando de dois anos para cá, arrastando instituições de menor porte, gigantes do setor e instituições de nichos específicos.

Entre os primeiros a puxar este cordão, Inter e Neon tiveram o mérito de inovar em um mercado conservador, concentrado e fechado. A chegada e a popularização dos aplicativos nos smartphones fizeram com que uma nova oportunidade surgisse para acompanhar a mudança de hábito social. Inúmeras fintechs foram criadas para facilitar operações financeiras. Hoje, são mais de duas mil no Brasil, segundo a Associação Brasileiras de Fintechs (ABFintechs). De olho nisso, o Inter (ex-banco Intermedium), em 2016, deixou o antigo modelo de negócio de lado e lançou sua plataforma totalmente on-line. "A velocidade de captação de novas contas está muito maior do que imaginávamos no início. Devemos alcançar a meta de 1 milhão de clientes já no terceiro trimestre de 2018", diz João Vitor Menin, presidente da instituição, a única que não cobra tarifa nas transações financeiras. Hoje são 360 mil clientes.

O Inter dobrou o número de funcionários para os atuais 720 e prepara novidades. "Fizemos parceria com a Amazon e seremos o primeiro banco latino-americano a rodar 100% na nuvem a partir de primeiro trimestre de 2018", diz.

Outra novidade é a comercialização de consórcio para compra de carro e imóvel. "Estamos trabalhando outros produtos com fintech parceiras e queremos tornar Belo Horizonte, em dez anos, a primeira cidade brasileira sem a circulação de dinheiro físico", diz o presidente do Inter, que mantém R$ 5,5 bilhões em patrimônio na carteira de 35 mil investidores.

Já o Banco Neon diz que quem nasceu digital leva vantagem. "O Neon é uma comunidade e estamos construindo um banco junto com os nossos clientes. Nos comunicamos com eles numa intensidade incrível", diz Jean Sigrist, COO (executivo chefe de operações, na sigla em inglês) do Neon. Os clientes usam todas as mídias digitais para se relacionar com o banco. "O desafio é identificar os novos canais que vão surgindo", afirma.

O Neon possui 400 mil usuários, sendo sua maioria da geração millenium, de 18 a 35 anos, e foi um dos primeiros a operar o sistema Android Pay e Samsung Pay, onde o cliente não usa o cartão de crédito nas suas transações pois pode fazê-lo pelo smartphone. Outra novidade é a identificação via self para autorização de transações que o cliente está realizando dentro de uma loja.

Na onda da queda dos juros, o BTG Pactual Digital vê um movimento ascendente de pessoas em busca de novos investimentos. E acredita que as plataformas digitais levam vantagem. O banco digital, lançado em 2015, é responsável pelo maior número de transações financeiras se comparado ao BTG físico. "Falando em número de transações, não em volume financeiro, porque o tíquete médio do digital é menor, em torno de R$ 130 mil", afirma Marcelo Flora, sócio responsável pelo BTG Pactual Digital, que planeja montar um núcleo dedicado a inovação e que esteja próximo das fintechs. Em parceria com a PUC-RJ, desenvolveu e começou a operar um robô advisor. "Hoje, ele apenas simula carteira de investimentos. Em fase futura, o robô terá autonomia para fazer rebalanceamento dos investimentos conforme o cenário dinâmico que o mercado exigir", diz.

Com 95% das transações realizadas pelos canais digitais, sendo 46% pelo celular, o Bradesco foi o primeiro entre os grandes do varejo a lançar seu banco totalmente digital em junho deste ano, o Next, com marca e design mais modernos que do banco tradicional. A ideia é atingir os 'hiperconectados', onde ainda tem sub penetração. "São 58 milhões de brasileiros entre 18 e 35 anos. Hoje, 71% dos pedidos de abertura de conta no Next são de pessoas que não eram clientes do banco, sendo 85% nessa faixa etária", diz Jeferson Honorato, superintendente executivo.

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