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Publicado em 24/11/2016

FINTECHS SURGEM COMO PARCEIRAS DO FACTORING PARA ACELERAR O DESENVOLVIMENTO DO SETOR

Em meio à crise econômica pela qual passa o país, que trouxe consigo o arrefecimento do acesso ao crédito, o fomento comercial tem se destacado como uma tábua de salvação dos micro e pequenos empreendedores. Ao mesmo tempo, o setor tem se aproximado das fintechs, empresas que unem tecnologia com serviços financeiros.

Além de já ter promovido palestra sobre pagamentos eletrônicos (15/09/2016), apresentado o tema no “IX Simpósio” (30/09) e ter fechado parceria com uma empresa deste novo segmento, a TecPay (18/10), para beneficiar os associados com taxas diferenciadas, o SINFAC-SP tem a intenção de incrementar ainda mais o debate acerca das fintechs.

“As fintechs possuem vocação para mudança de paradigmas no setor financeiro, e a crise econômica abre oportunidades para essas empresas, que dispõem de tecnologia para prestar serviços financeiros. Quem se beneficia com isso são os usuários, porque encontram alternativas nesse sistema, que é altamente concentrado”, argumenta o presidente da TecPay, Marcos Libanore Caldeira (Aquitânia Fomento Mercantil), 2º vice-presidente do Sindicato. (Na foto acima, assinando acordo de parceria com o SINFAC-SP, representado pelo presidente Hamilton de Brito Junior).

A recente parceria passou a dar mais opções às factorings, com o credenciamento de estabelecimentos comerciais para o uso dos terminais da TecPay, dando às empresas de fomento comercial condições de antecipar recebíveis de cartões de crédito, proporcionando um giro de caixa mais dinâmico para os clientes.

Mercado em desenvolvimento

Com ampla visão das tendências deste mercado de pagamentos, hoje dominado por corporações como Visa e Mastercard, que atuam em parceria com empresas como PayPal, Moip, PagSeguro (Uol), Mercado Pago (Mercado Livre) e BCash, entre outras, o que poderia ser visto, em um primeiro momento, como concorrência, já passou a ser encarado como uma simbiose necessária.

Para se ter uma ideia da velocidade deste mercado foi fundada em março deste ano a Associação Brasileira das Empresas de Fintech (ABFintech), que congrega 300 empresas em todo o Brasil. O país já é considerado um celeiro de fintechs, com mais de 400 startups criadas para atuar neste setor.

“Estratégias voltadas para inovação, investimento em tecnologia, sempre mantendo o foco no público que se quer atingir. Os instituidores dos arranjos de pagamento, como Visa e Master, são parceiros dessas fintechs, e essas corporações ampliam sua participação no mercado com o trabalho das fintechs”, pondera o fundador da PayTec.

A seguir, confira uma entrevista especial com Libanore, que analisa o mercado de fintechs e as relações que estas empresas podem manter com o fomento comercial.

SINFAC-SP: Como uma fintech poderá atuar conjuntamente com uma factoring? Quais benefícios ambas poderão tirar desta relação?

Libanore: As fintechs voltadas para o mesmo público atendido pelo fomento comercial criam um ambiente de sinergia e podem beneficiar as factorings ao proporcionar acesso aos recebíveis de cartão de crédito, como faz a TecPay. O custo de uma fintech é alto, porque há o investimento contínuo em tecnologia. Por isso faz sentido uma fintech atingir o maior número de parceiros comerciais, como a TecPay está buscando fazer no mercado de fomento comercial.

No caso da TecPay, cobramos da empresa de fomento um valor para cobrir o custo pela originação do recebível, que é decrescente em função do volume operado, e a factoring tem toda a liberdade para estabelecer a taxa de antecipação (RAV) com o seu cliente. A TecPay fica com um pequeno pedaço dessa taxa de antecipação para cobrir o custo pela originação, e o cliente credenciado pela factoring tem descontada a taxa de transação (MDR) diretamente no repasse que vai receber da TecPay. É um valor pequeno se você considerar o risco diminuto da operação e o montante que teria que ser provisionado a título de PDD.

Como a factoring participa do credenciamento, ao realizar uma antecipação, ela recebe o valor antecipado ao lojista diretamente da TecPay. Dito de outro modo, o recurso antecipado não transita pela conta do lojista, garantindo segurança à factoring.


SINFAC-SP: Quais as diferenças entre as taxas cobradas pelas fintechs e pelas empresas tradicionais de pagamentos eletrônicos, e como podem se tornar mais atraentes?

Libanore: As taxas nominais cobradas pelas fintechs podem ser maiores que as cobradas pelas empresas tradicionais, no entanto, essa mesma realidade é encontrada no mercado do fomento comercial, e isso não acarreta redução do volume de operações realizadas pelas factorings. Pelo contrário, hoje o mercado atendido pelo fomento comercial, em decorrência da crise econômica, ainda que seja considerada somente a fatia formada por pessoas jurídicas com restrições cadastrais, em número de empresas e não em valor movimentado, é maior do que o mercado atendido pela rede bancária.

Do universo de 8 milhões de empresas ativas, 4,4 milhões possuem restrições cadastrais; e desse montante, 90% pertencem ao comércio e serviços, justamente os negócios que mais fazem uso do cartão de crédito. É esse público que está em busca de alternativas. Neste contexto, a taxa cobrada, mesmo ficando um pouco acima, acaba sendo admitida pelo estabelecimento. E é bom que se diga: o fato de a taxa ser maior ou não acontece quando subimos na pirâmide em termos de faturamento. Para a base da pirâmide, faturamento entre R$ 20 mil a R$ 100 mil reais, as taxas são competitivas, salvo setores muito específicos.


SINFAC-SP: E os níveis de segurança da informação neste tipo de plataforma? Explique como as operações são protegidas?

Libanore: As informações são protegidas respeitando padrões internacionais de segurança, como as regras PCI (Payment Card Industry). Internamente, padrões de governança corporativa também são utilizados.


SINFAC-SP: Como você analisa a chegada da tecnologia Near Field Communication (NFC) e que perceptivas tem para a difusão e o crescimento do uso desta tecnologia?

Libanore: Os terminais dos melhores fabricantes do mercado que são os utilizados pela TecPay já estão adaptados para o uso dessa tecnologia. Parece que essa tecnologia é um ponto intermediário até que os plásticos sejam completamente extintos e vigore o pagamento pelos smartphones.


SINFAC-SP: As fintechs já conseguem oferecer a NFC ao mercado?

Libanore: Sim, desde que exista um terminal que permita essa captura e haja atenção às regras de segurança. No caso da TecPay, disponibilizamos POS dos melhores fabricantes e a solução TEF para grandes varejistas que utilizam sistema de automação.


SINFAC-SP: Neste segmento existem processos que integram pagamentos via Moip e PayPal? Como tem sido o crescimento destes meios?

Libanore: O crescimento do pagamento não presencial via e-commerce tem sido bastante relevante por envolver redução de custos dos varejistas. Aqui a questão dos riscos relacionados às fraudes deve ser o centro das atenções, porque ao autorizar uma compra nesse sistema a fintech se responsabiliza totalmente pelo pagamento, o que não ocorre numa transação presencial com o uso do terminal e do plástico, quando a autorização é dada pelo emissor do plástico.


SINFAC-SP: As fintechs têm surgido a partir de startups que recebem aportes, principalmente de investidores-anjo. Como vê a participação destes fundos que apostam neste novo modelo de pagamento?

Libanore: O investidor-anjo normalmente aparece quando a empresa é embrionária ou quando estamos falando de uma ideia. Alguns fundos de private equity ou venture capital possuem recursos que apostam em atividades disruptivas, entretanto, é preciso que a fintech esteja realmente preparada para receber esse tipo de investimento. Não basta uma boa ideia e empolgação, é preciso demonstrar de maneira pragmática o que se faz e, principalmente, como se faz. Quais padrões de segurança são adotados? Quais são os riscos? Qual o retorno financeiro? E aqui a avaliação deve ser feita muito mais pelas perspectivas de crescimento.


SINFAC-SP: O que esperar das fintechs e de sua participação no mercado, visto que o brasileiro já se habituou ao uso dos smartphones?

Libanore: As fintechs devem ter essa capacidade de inovação e de transformação com rapidez. O pagamento pelo smartphone é uma tendência, e as fintechs estão se preparando para isso.


SINFAC-SP: Como a TecPay tem participado destas mudanças e que projeções de crescimento faz para 2016 e 2017?

Libanore: O crescimento, dado às condições do mercado e a própria natureza da atividade, é vertiginoso. Uma progressão geométrica mesmo. O mercado de fomento agora pode participar da antecipação de recebíveis de cartões, um mercado de mais de R$ 1 trilhão anuais. Se somado ao mercado de cheques, de quase R$ 1 trilhão ao ano, que tende a ser substituído pelos cartões, estaríamos falando de um universo 20 vezes maior do que o mercado de fomento atual.


SINFAC-SP: Como tem se dado o trabalho com negativados e com aqueles que têm restrições cadastrais? Que tipos de riscos estão envolvidos e o que atrai uma fintech para atuar com este tipo de cliente?

Libanore: Essas empresas infelizmente não conhecem alternativas. É preciso mostrar, com transparência, como essas empresas podem fazer uso do fomento comercial e, agora, das fintechs. No caso dos recebíveis de cartões o risco é praticamente nulo, pois a liquidação da transação é efetuada pelo banco emissor do plástico que concedeu crédito ao usuário. Ou seja, independentemente do lojista ou do usuário estarem ou não negativados, o banco emissor sempre fará o pagamento ao intermediário representando na figura da fintech.

Fonte: Reperkut

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