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Publicado em
13/02/2020
O número forte veio de uma combinação de fatores: retomada expressiva de crédito nos bancos privados, a “arrumação da casa” no BB e o foco no controle de despesas.
A carteira de crédito combinada desse conjunto de bancos totalizava R$ 2,425 trilhões no fim de dezembro, o que representa uma alta de apenas 0,08% em um ano. Porém, o número geral esconde uma diferença relevante na atuação dessas instituições financeiras. Se excluído da conta o BB, o estoque teria crescido 12,2%, para R$ 1,744 trilhão.
O BB desacelerou no crédito no ano passado, em linha com a orientação do governo de reduzir o peso dos bancos públicos. O processo também reflete a reorganização interna em curso na instituição, que passou a concentrar seu foco no varejo e vem redirecionando grandes companhias — inclusive as do agronegócio — para o mercado de capitais.
O crescimento de dois dígitos no lucro dos bancos provavelmente não vai se repetir em 2020, quando o setor enfrenta uma série de “ventos contrários”, nas palavras do presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher.
Um deles é o teto da taxa de juros do cheque especial, que começou a valer em janeiro. Apesar de poderem cobrar tarifa para compensar parcialmente esse impacto, os bancos até agora optaram por não fazê-lo.
Outro fator é a taxa Selic média mais baixa neste ano em comparação com a de 2019, que reduz os ganhos decorrentes da aplicação do capital. Há, ainda, o aumento na alíquota da CSLL e o impacto — difícil de medir por enquanto — do aumento da competição no setor bancário e de mudanças regulatórias.