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Publicado em
26/10/2017
Factorings, software houses e birôs de crédito participaram, na última terça-feira (24/10), na sede do SINFAC-SP, da primeira reunião do Grupo de Trabalho “Central de Risco do Fomento Comercial”, ideia lançada oficialmente no dia 12 de setembro pelo Sindicato e que agora toma corpo, ao definir suas primeiras diretrizes e metas.
O objetivo do encontro foi colocar frente a frente os principais atores do processo que envolve a análise de crédito, cada qual exercendo seu papel, visando a formação de um amplo banco de dados preventivo contra inadimplência, fraudes e golpes.
“Gostei muito do plano de ação aqui apresentado, foi um início excepcional”, resumiu o presidente do SINFAC-SP, Hamilton de Brito Junior (Credere Consultoria e Fomento Comercial), ao término dos trabalhos.
Para o coordenador do GT, Marcio Lima Gonçalves (Euro Money Fomento Mercantil), realmente foi muito produtivo, pois trouxe à tona aspectos positivos, como a nítida disposição de todos os participantes de buscar soluções para alguns dos grandes desafios que atualmente tiram o sono dos empresários brasileiros.
No campo dos entraves, ele coloca em primeiro lugar o medo do empresário de perder clientes e ter os dados vazados ao fornecer informações, aspecto que dividiu as atenções com a necessidade premente da máxima divulgação do Grupo.
Ao detalhar alguns pontos da estratégia a ser adotada no dia a dia, o empresário lembrou, por exemplo, das empresas que são factoring, FIDC e securitizadora. “Será necessário elas mandarem suas bases nesses três segmentos de atuação. Além disso, a informação não poderá ser seletiva. “Ou manda os dados de toda a carteira, ou não manda nada”, explicou.
Outro ponto levantado no encontro foi a necessidade de as software houses facilitarem a entrada do cliente na Central de Risco, “pois alguns processos comerciais acabam dificultando esse ingresso”, justificou o coordenador.
Igualmente interessante nessa área será o desenvolvimento de um processo para a geração e o envio automático dos arquivos, sem intervenção humana.
Marcio Lima Gonçalves, coordenador do GT
Quanto aos birôs de crédito, eles ficaram de estudar melhorias envolvendo a integração de dados, isto é, a troca de arquivos, cuja homologação hoje ainda é um pouco burocrática. “A ideia é simplificar esse processo, mas sem perder a qualidade da informação”, ressalva Marcio.
A prioridade número um, porém, ele afirma ser o crescimento no número de participantes da Central, “pois quanto mais factorings, FIDCs e securitizadoras reunirmos, mais ela será útil para o mercado”.
A próxima reunião do Grupo será no dia 28 de novembro e novas adesões serão bem-vindas, independentemente de ser ou não a empresa associada ao Sindicato.
“Vamos convidar também as certificadoras que atuam no nosso setor e as custodiantes de FIDCs”, acrescentou Gonçalves, lembrando que o GT tem caráter nacional, devendo também contar com a participação da ANFAC e de sindicatos do setor Brasil afora.
Interação
A participação de todos os segmentos envolvidos na concessão de crédito é uma característica marcante da Central de Risco. Confira, a seguir, o que pensam dessa ideia alguns dos participantes do Grupo:
Hamilton de Brito Neto, diretor da Credere Consultoria e Fomento Mercantil – “É um primeiro passo que estamos retomando, pois iniciamos esse processo cerca de 15 anos atrás. Sem dúvida nenhuma isso é algo que ajuda o mercado na tomada de decisões e a evitar fraudes. O mais difícil, como sempre, é conscientizar os empresários de que eles devem compartilhar essas informações, já que, infelizmente, nem todos pensam assim.”
Luciano Gallete, diretor de tecnologia da MSys – “Já houve outras tentativas do gênero no passado, mas hoje os empresários de factoring estão pensando diferente. Antes eles retinham a informação, ao invés de compartilhá-la, mas agora existe outra mentalidade e isso vai ajudar bastante. É importante a gente facilitar a entrada deles nesse grupo, independentemente de porte e tempo de atuação. O empresário tem que entender que o processo existe de uma forma homogênea e transparente dentro do sistema para que possa ter uma integração facilitada, ou seja, precisa ser algo automatizado, sem envolvimento humano.”
Luiz Cesar dos Santos, diretor de crédito da Daniele Banco – “Com essa Central de Risco nós vamos mitigar nossos problemas, principalmente de duplicidade e liquidez. Este Grupo tem de se sustentar, não pode deixar esfriar. Nós vamos apavorar os bancos com essa Central de Risco, convido a todos a se juntar a nós.”
Giane Souza, diretora comercial da WBA – “A iniciativa foi ótima, é um produto que vem sendo discutido há bastante tempo, mas ninguém conseguiu realmente pegar e dizer vamos fazer. O SINFAC-SP está de parabéns e a nossa empresa se dispõe a contribuir, no que tange à parte de tecnologia, para viabilizar esse projeto, pois sabemos o quão ele é importante para o nosso segmento.”
Renata Silva Carlos, executiva de alianças e parcerias da Boa Vista SCPC – “O segmento precisa muito de informação para fazer com que o crédito seja mais seguro. Nosso principal desafio é motivar as próprias empresas a enviarem os dados e confiar que essas informações estão seguras e cercadas de todo um compliance e que serão tratadas com o sigilo necessário. Precisamos que o empresário perceba todo esse valor.”
Julio Cesar Zanone Lopes, gerente de produtos da Serasa Experian – “O mercado mudou bastante, a gente tem uma grande variedade de coisas novas aparecendo e é importante que voltemos a trabalhar com esse tema. É fundamental revisitar essa central e criar algo diferente para suportar as empresas em suas tomadas de decisão. A nossa está com os dois pés em cima desse assunto. O principal desafio é mostrar ao empresário que ele compartilhar dados é crucial para o seu negócio e o desenvolvimento da indústria do fomento comercial como um todo.”
Fonte: Reperkut