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Publicado em 13/10/2020

Inadimplência cresce com salto no crédito imobiliário (O Globo)

O aumento do crédito imobiliário foi acompanhado pela alta na inadimplência no segmento. Considerando apenas o financiamento com recursos do FGTS, a inadimplência subiu 35% no primeiro semestre ante igual período do ano passado.

Já nas operações com recursos da poupança, principal meio de financiamento imobiliário no país, a inadimplência ficou 14,5% maior, de acordo com dados do Banco Central.

Ana Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, afirma que as pessoas que vêm contratando financiamentos neste momento de crise precisam se sentir seguras financeiramente, para evitar problemas na hora de honrar as parcelas.

— A situação econômica continua bastante complicada. Então, quem toma a decisão de se comprometer com o financiamento de 25, 30 anos tem que se sentir numa situação confortável em relação a esse quadro — disse.

A alta na inadimplência no semestre foi concentrada em março e abril, primeiros meses da pandemia, e foi seguida de baixas nos meses posteriores, o que pode ser explicado pelas condições especiais e renegociações que os bancos promoveram durante esse período.

Na avaliação do economista Pedro Tenório, do DataZap, empresa de inteligência imobiliária, a crise poderia ter tido um impacto maior no mercado imobiliário, caso as instituições financeiras não tivessem adotado medidas para facilitar o pagamento das dívidas. Para ele, o segmento tem se mostrado “muito resiliente”:

— O ponto é pensar o quanto isso vai durar. É muito natural que, durante a pandemia, a inadimplência tenha aumentado.

A Caixa, principal financiadora de imóveis no país, fez uma pausa nos pagamentos de seis meses durante a pandemia para 2,5 milhões de famílias. Medidas como essa adiam a incerteza no mercado.

Ainda não se sabe, porém, se as pessoas que perderam renda durante a pandemia e estavam financiando uma casa terão condições de voltar a pagar sem as condições especiais.

Repasse do imóvel

Segundo Ana Castelo, os casos de inadimplência no período de pandemia são provavelmente financiamentos que são de difícil recuperação.

— A gente vai mesmo verificar o quanto a crise impactou a inadimplência mais à frente, quando acabarem as possibilidades de suspensão das prestações.

O diretor tesoureiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ), Laudimiro Cavalcanti, recomenda que quem encontrar dificuldades no pagamento não busque a rescisão do contrato.

O melhor caminho, diz, é aproveitar que o mercado está mais aquecido para repassar o imóvel, mesmo sem lucro.

— Quem está nessa situação pode encontrar uma solução em um novo comprador, alguém que assuma aquele financiamento. Assim, ele pode tocar a vida, retornar a realizar aquele sonho da casa própria.

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