FECHAR

Imprimir
Publicado em 05/10/2017

Incertezas inibem a oferta de crédito (Valor Econômico)

As micro e pequenas empresas são em geral as mais afetadas em conjuntura de crise econômica, e o acesso a financiamento torna-se, mais do que nunca, fundamental para dar fôlego à atividade.

Diante disso, instituições financeiras e agências regionais de fomento buscam alternativas para maior apoio às empresas de menor porte. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reduziu os custos das linhas de capital de giro a micro e pequenos empreendedores, e desenvolve mecanismos para ampliar as operações com Cartão BNDES, um dos principais instrumentos de suporte a este segmento.

Para as empresas de menor porte, o custo financeiro da linha de capital de giro (BNDES Giro) é em TJLP (taxa de juros de longo prazo, atualmente 7% ao ano) e o banco reduziu sua remuneração (spread básico) de 2,1% para 1,5%, ampliando a competitividade do produto. O spread dos agentes financeiros continua sendo negociado com cada instituição financeira, repassadora do crédito. O prazo máximo do financiamento é amplo: 60 meses, com 24 de carência.

A demanda por capital de giro é a que mais cresce este ano. “Com crise econômica, financiamento a capital de giro é prioridade, oxigênio para as empresas, sobretudo as de menor porte”, destaca o presidente da Desenvolve SP, agência de fomento do Estado de São Paulo, Milton Luiz de Melo Santos, observando que a instituição vai repassar a seus clientes a redução de custos nas operações com BNDES Giro.

O diretor do Departamento de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Edmar Casalatina, constata que de meados de agosto ao fim de setembro já foram contratadas mais de mil operações de capital de giro, com as novas condições. “O custo final é de 1,56% ao mês, bastante atrativo”, diz ele, observando ser possível hoje aprovar on-line uma operação no BNDES; antes, levava até 25 dias.

No Cartão BNDES, que tem crédito pré-aprovado para aquisição de bens e serviços, a meta é ampliar a base e o volume de negócios. Operado por meio de agentes financeiros garantidores das operações, o Cartão BNDES sofreu forte queda este ano. Os desembolsos a micro empresas, de R$ 448 milhões de janeiro a agosto, despencaram 81% em relação aos mesmos meses de 2016. Nas pequenas empresas, com liberações de R$ 736 milhões, o recuo foi de 37% na mesma comparação.

“Em cenário de crise e incertezas, os agentes financeiros ficam menos receptivos a riscos e reduzem financiamentos. As empresas de menor porte são as mais afetadas pela restrição de crédito”, afirma o chefe do Departamento de Operações com a Internet do BNDES, Ricardo Albano Dias Rodrigues. Segundo ele, o banco está implementando medidas para estimular as operações e adotará “coeficientes de performance” para seus agentes.

Com base nesse mecanismo, quanto maior o número de Cartão BNDES emitido e utilizado, maior será a remuneração do banco emissor. “A medida não implicará custos adicionais ao micro e pequeno empresário, nem alterações no produto. Ela visa apenas incentivar a concessão de crédito”, afirma Ricardo Albano, lembrando que, nas linhas do BNDES, as micro e pequenas empresas têm as melhores condições de financiamento, com taxas de juros menores e prazos maiores de pagamento.

Com tíquete médio de R$ 15 mil, o Cartão BNDES é bastante pulverizado. O limite de crédito é de R$ 2 milhões por cartão e as compras financiadas em até 48 meses, com juros fixos até o final do contrato. Em outubro, o juro do Cartão BNDES é de 1,35% ao mês. São mais de 280 mil produtos disponíveis para venda.

Em meio à crise econômica que inibiu investimentos fixos, a Desenvolve SP ampliou negócios em nichos de mercado: “O financiamento a micro empresas não convencionais, pré-operacionais”, afirma o presidente Melo Santos. São as startups de base tecnológica, que já acumulam desembolsos de R$ 260 milhões. Outro foco é o apoio à reconstrução de micro e pequenas empresas atingidas por desastres climáticos.

Melo Santos observa um “início de leve retomada” de projetos de investimentos fixos no país. Ele projeta para este ano desembolsos totais de R$ 370 milhões, 10% acima dos valores de 2016. Com ênfase nas MPMEs, a agência oferece modalidades de financiamento com taxas de juro de zero até 1,18% ao mês e prazos de até 10 anos para pagar.

O diretor do BB constata “suave, porém constante” aumento no nível de atividade das micro e pequenas, segmento no qual os desembolsos do banco passaram da média diária de R$ 130 milhões para R$ 160 milhões por dia. Casalatina espera retomada de investimentos fixos neste segundo semestre. Apenas no setor de franquias, ele prevê desembolsar R$ 400 milhões até o fim do ano.

Video institucional

Cursos EAD

Fotos dos Eventos

Sobre o Sinfac-SP

O SINFAC-SP está localizado na
Rua Libero Badaró, 425 conj. 183, Centro, São Paulo, SP.
Atendemos de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas.