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Publicado em 13/06/2017

Instituições buscam investimentos de baixo risco para orientar aplicador na crise (Valor Econômico)

Cautela ao analisar os cenários econômicos, diversificação, foco na redução de riscos e, sobretudo, muita atenção ao perfil do investidor. Esta é a conduta padrão de gestores de instituições financeiras que se destaca depois dos últimos desdobramentos da crise política que balançou os mercados no país. “É um momento de cautela”, diz Vinicius Albernaz, diretor superintendente da Bradesco Asset Management (Bram). “O importante é esperar e analisar o cenário para frente. É cedo para se ter um quadro definitivo, mas é certo que há um aumento do risco”, afirma.

Embora risco e cautela sejam palavras de ordem nesse momento, alguns especialistas apostam nos benefícios que a crise pode trazer. Luís Felipe Amaral, da Equitas Investimentos, é um deles. “Talvez a gente veja esse momento mais como oportunidades em diferenças de preços relativos, um momento estratégico para se reposicionar”, diz.

Eduardo Castro, superintendente executivo da Santander Asset Management Brasil, destaca as “oportunidades”. “Toda vez que há um evento como esse, gerando esse nível de estresse nos preços, surgem oportunidades de fato. É nisso que acreditamos”, afirma. Mas, adverte, “não podemos fechar os olhos para o risco”. Na sua avaliação, “o primeiro passo é aproveitar esse evento para revalidar o objetivo do investimento e perfil de risco, e analisar se será necessário mexer nesses investimentos”. Castro observa que essa análise deve ser feita o tempo todo, pois há uma indefinição que pode se alongar.

De todo modo, ele destaca, “no momento, não recomendamos grandes alterações nos portfólios”. “Um investidor conservador tem que se manter conservador, não é hora de assumir riscos. Aquele que tem um perfil mais agressivo, esse sim pode tirar proveito dessa oportunidade, acreditando que o cenário caminha para realinhamento político e retomada da governabilidade”, explica. Ele alerta para o fato de que o cenário que se está desenhando como o mais provável “não é o único”. “Existe o cenário da não governabilidade que é ruim para preços”, diz. Por isso mesmo, observa, o investidor precisa ter “disciplina” para reconhecer que é conservador quando de fato é conservador.

O Santander Asset olha para o futuro próximo com otimismo e confiança nas instituições. “Nosso cenário macro mudou, mas estamos considerando que os fundamentos da economia são extremamente sólidos”, diz o executivo. “A inflação corrente está muito baixa, temos déficit em conta corrente absolutamente financiável”, destaca. E conclui que “a desvalorização em si já é um sinal de que os fundamentos parecem sólidos o suficiente para dar tempo ao governo de se reorganizar com governabilidade nas próximas semanas”.

Para Albernaz, da Bram, os “gestores estão muito focados em diminuir os riscos das carteiras e administrar com bastante cuidado qualquer tomada de risco”. A recomendação que faz aos investidores é “diversificação”. “Rever as posições de seus portfólios no sentido de ter uma estratégia diversificada, estar muito próximo das áreas comerciais, entendendo os riscos dos portfólios”, detalha. “Acreditamos muito na nossa capacidade de análise dos cenários e de prevenção dentro dos diferentes mandatos de risco. Ainda estamos vivendo algo recente e ainda é muito cedo para falar em uma tendência clara”, diz. Por essa razão, o executivo da Bram vê como “natural que alguns investidores reduzam seu risco e procurem estratégias de maior liquidez, que haja uma reação mais defensiva, que o apetite de risco diminua”.

Os gestores da Bram já passaram por cursos, treinamentos e anos de prática, diz Albernaz. “Nossos gestores têm, na média, 16 anos de experiência de mercado e dez anos de Bram. A maioria tem MBA e são detentores de certificações como Certificação de Gestores da Anbima (CGA), e Chartered Finacial Analyst (CFA)”, conta. Independentemente de crises e solavancos do mercado, a certificação para os gestores da área de riscos “é hoje um pré-requisito do ponto de vista regulatório e equivale a uma pós-graduação na área financeira”, diz.

O CFA é uma certificação global, e “conhecida como padrão ouro das certificações em finanças no mundo”, diz Mauro Miranda, presidente da CFA Society Brazil. Segundo ele, a CFA existe no Brasil desde 1994 e deve atingir 1,1 mil profissionais ate o final de 2017. “Estamos crescendo 14% ao ano”, diz Miranda.

Outra certificação muito procurada é a CGA. “É uma certificação muito abrangente, que abarca 21 temas, desde a gestão de carteira a riscos, tributação, compliance até legislação, e onde apenas 30% são aprovados”, diz Ana Leoni, superintendente de educação da Anbima. “A CGA surgiu em 2009 com o objetivo de certificar o profissional que atua na gestão de recursos de terceiros”, detalha.

Hoje, para se ter um registro como administrador de recursos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é preciso comprovar experiência de sete anos na área ou ser portador da CGA. Hoje, — observa — são 1.028 profissionais com a CGA, contra 430 em 2010, e a “demanda cresce nos últimos anos”. “Os profissionais estão cada vez mais preocupados em se diferenciar dos demais e a CGA é um instrumento que viabiliza isso”, afirma a superintendente.

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