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Publicado em 06/10/2020

Instituições regionais veem demanda forte por crédito (Valor Econômico)

Passada a fase mais aguda da crise, o mercado de crédito e a atividade econômica vêm se recuperando com força no Nordeste e Norte. Essa é a visão das instituições de fomento do governo federal que atuam nas duas regiões: o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia. No caso do Banco da Amazônia, porém, há grande preocupação com a possibilidade de um aumento da inadimplência já no começo do ano que vem.

No Banco do Nordeste, os desembolsos acumulados no ano até 18 de setembro somavam R$ 27,5 bilhões - queda de 3,2% em relação aos R$ 28,4 bilhões do mesmo período do ano passado. Nas últimas semanas, porém, a busca das empresas por recursos cresceu. “A demanda está muito aquecida, mais do que esperávamos”, diz o presidente Romildo Rolim. A expectativa é que todo o orçamento de R$ 40 bilhões previsto para o ano seja emprestado.

Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), o Banco do Nordeste disponibilizou R$ 3 bilhões em crédito emergencial para micro e pequenas empresas no início da crise. Os desembolsos, até agora, somam R$ 1,5 bilhão. Já os empréstimos totais com recursos do FNE alcançaram R$ 18,2 bilhões no ano até setembro, contra R$ 19,7 bilhões no mesmo período de 2019.

Outra linha importante, o Crediamigo teve desembolsos de R$ 7,5 bilhões nos nove primeiros meses do ano, alta de 2,3%. O programa oferece empréstimos para microempreendedores urbanos, dos quais 70% são informais.

Rolim notou recentemente uma mudança no perfil dos empréstimos. No início da crise, a demanda era majoritariamente emergencial e ligada à necessidade de capital de giro. “Agora, está mais focada nos investimentos”, diz, destacando o desempenho positivo de setores que dependem de grandes aportes, como infraestrutura e saneamento básico. Setores mais dependentes do turismo, como hotéis, restaurantes e agências de viagem, enfrentam mais dificuldades.

Ainda assim, o presidente garante que são baixos os riscos de uma alta significativa da inadimplência. Para se precaver, o banco incorporou aos seus modelos de risco fatores ligados à pandemia. “Podemos dizer com segurança que fizemos o mesmo montante de crédito do ano passado, mas olhando ainda mais para a segurança”, afirma.

Apesar dos valores mais modestos, a avaliação do Banco da Amazônia a respeito das perspectivas para a economia e o crédito é semelhante. “Estamos muito otimistas com a retomada”, diz o presidente Valdecir Tose. “Isso vem demandando mais crédito do que tínhamos estimado.”

A projeção é que os empréstimos com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) fiquem entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões em 2020, nível recorde. “No início, muitas empresas que nem precisavam de capital de giro se capitalizaram. Era um cenário de fim de mundo.”

Especificamente em agosto, as concessões com recursos do FNO ficaram 52% acima do mesmo mês de 2019. Já o crédito para micro e pequenas empresas foi 108% maior, na mesma base de comparação. Nos último meses, entretanto, uma parte das companhias já tem realizado pagamentos antecipados, segundo ele.

As prorrogações de parcelas, por sua vez, atingiram R$ 8,9 bilhões. Inicialmente, isso fez os índices de inadimplência caírem. Mas o Banco da Amazônia teme que voltem a subir no ano que vem. “As parcelas começam a vencer em janeiro de 2021”, diz Tose.

Por isso, a instituição realizará um aumento de cerca de 50% nas provisões para perdas. Serão R$ 300 milhões a mais, contra uma média anual que varia de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões. “Se não tivéssemos que antecipar provisões, estaríamos em uma situação muito favorável”, afirma.

Em termos setoriais, segundo ele, a agropecuária continuou “avançando forte” mesmo durante a crise, demandando recursos tanto para custeio quanto para investimentos. O setor de infraestrutura, com editais de energia, também manteve o bom desempenho. “São projetos de longo prazo”, diz. O comércio e a construção civil, por sua vez, já mostram recuperação consistente, enquanto os serviços têm “perspectiva ruim”, diz.

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